domingo, 26 de junho de 2011

A MULHER EMPREENDEDORA NA ERA DIGITAL: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO NO SÉCULO XXI

Podemos afirmar que, até pouco tempo, empreendedora era uma palavra que pouco significava para a maioria das pessoas. Todavia, hoje a figura da mulher empreendedora já é bastante conhecida. Talvez não fosse tanto o alvo das atenções da opinião pública, como é na atualidade, pois seu papel é de grande importância no desenvolvimento econômico e social como gerador de empregos e renda.
A mulher empreendedora é uma das personagens de maior relevância na história recente da humanidade, sendo a maestrina de uma das instituições mais importantes da sociedade moderna: a empresa. Mas se a figura da empreendedora é tão importante, por que a sua história nunca foi devidamente estudada? É a história social da empreendedora.
Os romancistas e historiadores encararam as empreendedoras como uma raça à parte, muito mais ainda do que jornalistas, engenheiras, etc... No entanto, elas estão no centro da sociedade dotada de uma confiança baseada na sua capacidade de realização e no conhecimento pelo que são capazes de executar.
À medida que a competição econômica e a necessidade de se criar postos de trabalho vão crescendo, a figura da empreendedora é cada vez mais fundamental. O mundo precisa que milhares de empreendedoras com vontade de empreender na Era Digital
Este texto analisa a relação entre empreendedoras, empreendedorismo, inovação, star-ups e a incubação de empresas. Especificamente, estuda-se a tríade: como o empreendedorismo e a inovação se relacionam? Que mecanismos usar transformar inovadoras em empreendedoras criadoras de empresas? Quais são os fatores que influenciam transição de inovadoras para empreendedoras criadoras de empresas?
A fundamentação teórica encontra-se embasada no exame da literatura que aborda a inovação, empreendedorismo, star-ups e incubadora de empresas. Procurou-se identificar as similaridades e diferenças comportamentais entre inovadoras e empreendedoras.
Sempre existiu no ser humano um desejo e um interesse inquestionável por crescer, progredir, isto tem impulsionado o empreendedorismo, o surgimento de empreendedoras que desenvolvem ações, transformam-se em uma opção de vida onde procuram por em prática toda a sua capacidade de criação e inovação.
O número de mulheres que desejam criar o seu próprio negócio cresce dia-a-dia. O fenômeno do empreendedorismo vem se alastrando pelos quatro cantos do mundo, em ritmo cada vez mais alucinante.
A candidata a empreendedora tem que vencer uma verdadeira corrida de obstáculos para poder concretizar o sonho de ser dono de seu próprio negócio.
Empreendedoras não nascem elas são formadas e desenvolvem sua visão de negócios, sempre tendo em mente o objetivo de fazer o melhor, gerenciam o seu negócio de forma simples, eficiente e eficaz, porém, o sucesso é fruto não somente das práticas de boa gestão e sim de uma postura comportamental fundamentada no espírito empreendedor.
Uma atitude mental positiva, firmeza de propósito, a consciência de que o objetivo de qualquer negócio é criar, manter e fidelizar clientes permitem a empreendedora almejar o sucesso.
Não há como negar que estamos a viver uma era de mudanças. Numa sociedade high-tech, interligada por sistemas de redes, comunicando-se em tempo real, produzindo seus produtos utilizando processos como o just-in-time e grandes avanços da cibernética e biotecnologia, a figura da empreendedora constitui peça chave, ao destruir os velhos paradigmas criando novos, processo, segundo o economista Joseph Schumpeter, denominado de “destruição criativa” é básico para se entender o capitalismo.
Estabelecendo uma visão integrada a partir dos três teóricos a cerca do empreendedorismo: Drucker, na gestão, McCelland, na psicologia e Schumpeter, na economia podemos em um primeiro momento analisar e identificar se em determinado procedimento ou negócio está ou não presente o fenômeno do empreendedorismo.
Na era da tecnologia e da informação em que ocorrem mudanças em tempo real e dimensão planetária, a competição fica cada vez mais acirrada. Segundo Schumpeter apenas sobreviverão às empresas dotadas de capacidade inovadora e flexibilidade diante das mudanças.
A visão integrada a cerca do empreendedorismo não encerra apenas uma análise e crítica à leitura que se faz do fenômeno no mundo todo, nos serve, sobretudo, para apontar e alertar a necessidade de um ambiente favorável (incubadora de empresas de base tecnológica), direcionado para as micro, pequenas e médias empresas conciliando espírito empreendedor, inovação e tecnologia, na medida em que, tais empresas são propulsoras do desenvolvimento econômico, visto que geram milhões de empregos.
O termo “empreendedor” foi inicialmente utilizado pelo banqueiro e parisiense, no início do século XVIII, Richad Cantillon, no entanto, a palavra entrepreneurship (espírito empreendedor) que é derivada de entreprendre (empreender), que vem de entrepreneur (empreendedor) foi empregada no século XVII, na França, denominada para um indivíduo que assumia o risco de criar um novo empreendimento.
Ser empreendedora significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber as idéias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio, motivação para pensar conceitualmente, e a capacidade para ver, perceber a mudança como uma oportunidade, levando a sério à gestão de seu negócio.
A empreendedora é uma artista, uma criadora. Alguém que cria novos produtos, novos empregos, novas coisas e nunca param. As empreendedoras não criam porque querem, mas porque têm uma grande necessidade de realização.
Na concepção do economista austríaco Joseph Alois Schumpeter, a empreendedora pode ser descrito como um agente de mudanças de transformação do ciclo econômico do desenvolvimento, indivíduo com idéias que combina capital e trabalho, e faz algo verdadeiramente inovador, com capacidade de iniciativa, de risco.
Na métrica de Schumpeter, empreendedora seria como Henry Ford, que mudou a face da indústria automotiva no mundo, ou como King Gillette, que revolucionou muito mais do que o modo de barbear e sim uma forma de fixação de preços que popularizou seu uso.
Empreendedora, ou da raiz francesa, entrepreneur, é aquela que empreende a criação por conta própria, em seu benefício, e aos seus riscos, de um produto qualquer, ou aquele que lança à realização.
A realidade enfrentada pela empreendedora está baseada numa perspectiva onde a inovação não depende de inspiração, mas de estudo árduo: um ato de vontade, uma busca premeditada de oportunidades para inovar. Os empreendedores de sucesso sabem como identificar e aproveitar as oportunidades, à medida que elas se apresentam.
Na era da tecnologia e da informação em que ocorrem mudanças em tempo real e dimensão planetária, a competição fica cada vez mais acirrada. Na perspectiva de Schumpeter apenas sobreviverão empresas dotadas de capacidade inovadora e flexibilidade diante das mudanças.
A construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento de novos negócios pela mulher empreendedora passa também promulgação de leis trabalhistas e tributárias melhor elaboradas e adaptadas à realidade das micro, pequenas e médias empresas.
Além do mais, a empreendedora sabe que, para enfrentar o século XXI, deverão introspectar na sua vida: a) flexibilidade; b) atualização permanente; c) motivação, envolvimento e compromisso; d) criatividade; e) inovação; e f) atitude pró-ativo e empreendedor.
A empreendedora é uma filha da revolução do saber, que a cada dia aumenta o seu quociente de inteligência.
Em suma, é preciso que as empreendedoras estejam aptas para tomar rédeas dos negócios, preparados para assumir as complexas responsabilidades de administração, no limiar do século XXI, turbulento, competitivo, globalizado, desafiador, pois apenas sobreviverão às melhores empresas, aquelas que cultuam a excelência.

domingo, 12 de junho de 2011

A FORÇA DA INOVAÇÃO A GERAR RIQUEZAS

A estratégia inovadora requer um alto grau de disciplina por parte do inovador. Ele tem que operar sem o apoio do orçamento e das medidas contábeis convencionais que fornecem com rapidez e razoável segurança informações sobre resultados atuais úteis em programas e investimentos.
Por isso é fundamental para administrar bem a inovação, pensar detidamente no que se esperar e quando. Inevitavelmente, essas expectativas são mudadas pelos acontecimentos. Mas a menos que haja resultados intermediários no caminho, a inovação não está sendo administrada.
Uma estratégia para a inovação tem que ser baseada na clara aceitação do risco de fracasso e do risco talvez mais perigoso do "quase sucesso". É tão importante decidir quando abandonar um esforço inovador como saber qual deles iniciar.
Assim é particularmente crucial para bem administrar a inovação ponderar longamente e confiar ao papel às próprias expectativas.
E posteriormente, quando a inovação se converter em produto, processo ou empreendimento, comparar as expectativas com a realidade. Se a realidade estiver muito aquém das expectativas deve-se a seguinte indagação: "Não seria melhor abandonar isto já? Mas como?"
Na empresa tradicional, a alta administração é a instância final. Isto significa, com efeito, que o mais importante poder da administração superior é o veto e sua função mais importante é dizer "não" a propostas e idéias que não estejam completamente justificadas e elaboradas.
Na organização inovadora, a primeira e mais importante atribuição da alta administração é o contrário: são converter idéias poucas práticas, inclusas, a alta administração considera sua atribuição ouvir as idéias e levá-las a sério.
Novas idéias são sempre "poucas práticas” e são necessárias muitas idéias tolas para se encontrar uma viável.
Aliás, nas etapas iniciais não há meio de distinguir a idéia tola daquela marcada pela genialidade. Ambas parecem igualmente impossíveis ou igualmente brilhantes.
A alta administração na empresa inovadora não somente "encoraja" as idéias, mas também indaga continuamente: "Que é que essa idéia teria que possuir para ser prática, realista, efetiva?"
Por isso, mesmo as idéias mais extravagantes e tolas são objeto de consideração, pois poderão conter alguma coisa nova, cuja exeqüibilidade possa ser avaliada.
Isso, contudo, pressupõe a reestruturação das relações entre a alta administração e o grupo humano dentro da empresa. A organização tradicional, naturalmente permanece.
Aliás, no organograma da organização, não é fácil distinguir a que é inovadora da que segue normas mais rigidamente burocráticas. Nem uma organização inovadora precisa absolutamente ser "permissiva" ou "democrática".
Mas em companhias inovadoras o executivo sênior costuma realizar reuniões com os mais jovens sem uma agenda. Senta-se com eles e simplesmente pergunta: "Que oportunidades vocês vêem"?
Os empreendedores são maravilhosos criadores de empregos. Mas o que é um Empreendedor/ Criador de Empresas? Peter Drucker avisa que este título não pode ser aplicado a todo o audacioso que inicia um pequeno negócio.
Quando um indivíduo abre um restaurante, sem dúvida, está arriscando; mas não será um empreendedor, por tentar fazer algo familiar. E, no entanto, ele pode estar em um negócio totalmente novo e ainda assim não se qualificar como empreendedor/criador de empresas.
Qual, então, a prova decisiva? Os empreendedores são pessoas que estão simultaneamente criando novos tipos de procura e aplicando novos e insólitos conceitos administrativos.
Eles não devem surgir necessariamente, no empreendimento privado; autoridades, universitários e administradores municipais podem atuar de forma empreendedora - embora um estudo de caso do setor privado familiar sirva muito bem para tornar clara a concepção que, temos também os Empreendedores Sociais - indivíduos que se dedicam a atacar problemas como a Sida, abuso de crianças, alcoolismo, dentre outros.
Para milhões de pessoas, ter o seu próprio negócio ainda é o melhor meio de trabalhar na sociedade de informação, de eletrônica ou de serviços. Que o indivíduo inicie um trabalho em casa ou levante milhões de capital de risco, aplica-se o clássico conselho: descubra uma necessidade e satisfaça-a.
Desde que possua visão, acredite em si próprio e tenha capacidade especial de transformar sua visão em realidade.
As mudanças nos recursos estratégicos do capital para informação, conhecimento e criatividade são os fatores principais que impulsionam a expansão empreendedora atual. Mas há outros. As organizações não oferecem mais a segurança que sugeriam.
O candidato a empreendedor imagina: se é para correr o risco de qualquer forma, por que não arriscar um pouco mais e possivelmente colher grandes recompensas?
Ao tornar-se um empreendedor ou simplesmente trabalhar para si próprio, o empreendedor é motivado por necessidades pessoais.
Os empreendedores são pessoas viciadas em entusiasmo; pessoas que progridem assumindo riscos.
Para o empreendedor o trabalho não oferece muita emoção, a menos que oferte riscos. E observa-se que os empreendedores também gostam de jogar. Pode-se discordar e acreditar ser um mito retratar os empresários como pessoas que adoram assumir riscos. A maioria dos empreendedores assume riscos moderada e calculadamente; eles não estão jogando, afirmam os autores.
Um empreendedor com sucesso tem os seguintes atributos:
a) Orientação própria sente-se absolutamente à vontade como seu próprio chefe, auto-disciplinado.
b) Auto-incentivo: acredita na sua própria idéia quando mais ninguém acredita e é capaz de alimentar seu próprio entusiasmo.
c) Orientação para Ação: não se satisfaz com grandes ideias comerciais. O mais importante é o desejo intenso de realizar, atualizar e transformar seu sonho em realidade.
d) Alto nível de energia: é emocional, mental e fisicamente capaz de trabalhar por um longo e intenso período.
e) Tolerância com a incerteza: os empreendedores bem sucedidos só assumem riscos calculados (se possível); não obstante, é preciso que sejam capazes de assumir algum risco.
f) Não há meios mágicos para se prever quem pode se tornar um empreendedor; porém, os empreendedores precisam ter uma combinação de visão e capacidade de agir para realizar essa visão. Os empreendedores procuram independência, desafio, realização e justa compensação.
g) Compensação: as pessoas, às vezes, iniciam seus próprios negócios porque acham que seus esforços, dentro da organização, não foram satisfatoriamente recompensados.
h) Independência: embora procure compensação equitativa, a maioria dos empreendedores não é obcecada por dinheiro. Isso representa uma grande mudança da situação de décadas anteriores, quando os empresários se estabeleciam, principalmente, devido ao dinheiro.
i) Desafio: algumas pessoas trabalham por conta própria, pois é o único meio pelo qual podem satisfazer sua necessidade de desafio.
h) Realização: concorda-se, geralmente, que os empreendedores buscam realização, ao passo que os gerentes bem sucedidos desejam o poder.
O papel distintivo, e mesmo decisivo, do empreendedor, é este o indivíduo que concebe ou assume um empreendimento enxerga e explora oportunidades e constitui a força motriz das mudanças e aperfeiçoamento econômicos.
O empreendedor fez muito - e ainda faz - pela economia. Ele brilha em um conjunto à sombra de trabalhadores braçais, de funcionários de colarinhos azuis, de executivos empertigados e dos mais variados burocratas empresariais. Ao contrário do capitalista, o empreendedor não carrega consigo nenhum complexo de culpa de origem marxista.
A inovação e a contribuição peculiar do empreendedor poderiam ser mais bem financiadas, incentivadas e recompensadas, se o inovador estivesse livre de ameaças de imitação e da concorrência.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

INOVAR: BUSCAR O NOVO E O DIFERENTE

A medida de qualquer inovação é seu impacto no meio ambiente. A inovação em uma empresa deve, portanto ter em vista sempre o mercado. A inovação concentrada na produção provavelmente fará "milagres de tecnologia " mas decepcionará em termos de lucros.
Os mais inovadores dentre os laboratórios de produtos farmacêuticos definem sua meta sob a forma de novos remédios que representarão significativa diferença para a clínica médica e para a saúde dos pacientes.
Não definem inovação em termos de pesquisa, mas em termos do exercício da medicina. Da mesma forma, as empresas de comunicação se propunham constantemente a pergunta: "O que poderia tornar diferente o "serviço de comunicação"?
Não surpreende, pois, que seja o inovador mais voltado para o mercado alcançou os avanços técnicos ou científicos mais importantes. Começar com a necessidade de mudança expressa pelo consumidor ou cliente é muitas vezes o caminho mais direto para definir uma nova ciência, um novo saber, uma tecnologia, gerando.
Podemos fazer cinco constatações. Primeira: a: tecnologia arrasta-se em domínios tão importantes como biotecnologia ou ambiente. Segunda: a poluição ambiental é subvencionada porque os custos ambientais não são levados em conta no sistema de preços. Terceira: um sistema fiscal parcial penaliza empreendedores e trabalhadores. Quarta: os efeitos do automóvel e da sociedade de informação estão ausentes das estruturas fiscais em matérias de urbanismo e de propriedade. Quinta: as cidades, por isto, degeneraram em centros de criminalidade e de economia subterrânea.
A obsolescência é explicada pelo fracasso do sistema de preços em incorporar os valores do ambiente e da qualidade de vida. Para mudar apontam-se três pistas: a reorientação dos objetivos da tecnologia, que passariam da realização de economias em empregos para economias de recursos em geral; a integração dos custos ambientais nos preços dos bens e dos serviços; e uma revisão drástica dos modelos urbanos e espaciais.
Sugerem-se ações em economia e finanças (taxas sobre poluidores, incentivos a investimentos ambientais); em educação e tecnologia; em legislação e regulamentação (responsabilidade civil dos poluidores); no novo modelo de ordenamento do território; e na consagração do respeito no comércio internacional.
A vulnerabilidade "econômica" básica de um processo, uma tecnologia ou uma indústria indica a necessidade de inovação. Sempre que o mercado para uma determinada indústria cresce sem aumentar-lhe adequadamente a rentabilidade pode-se prever que uma importante inovação (no processo, produto, meios de distribuição ou expectativas da clientela) produzirá excelentes resultados.
Outra área de oportunidade inovadora é a explosão das conseqüências de eventos que já aconteceram, mas que ainda não exerceram impacto econômico. O crescimento demográfico, isto é, mudança da população está entre as mais importantes e também as mais certas.
Mudanças na área dos conhecimentos são menos certas - o tempo preciso para liderá-las é difícil de prever. Mas também elas oferecem oportunidades. Em seguida, mais importantes, porém menos certas, são mudanças de percepção, de visão, de expectativas do povo.
Por outro lado, naturalmente, há as inovações inesperadas e que mudam o mundo em vez de explorá-lo. São as inovações em que um "empreendedor" faz um esforço para que algo aconteça.
São estas as inovações verdadeiramente importantes. São as inovações de um Henry Ford, que descortinou algo que não existia então, como foi o mercado de massas, e se empenhou em torná-lo realidade.
Estas inovações jazem fora da distribuição das probabilidades - ou, pelo menos, se acham em pontos tão extremos que se tornam altamente improváveis. São também as mais arriscadas.
Para cada uma destas inovações bem sucedida, deve haver noventa e nove que malogram noventa e nove que foram sepultadas em completo silêncio. Assim, embora elas devam ficar sob observação, não podem ser objeto de atividade sistemática dentro da empresa.
Um negócio em funcionamento presume que as atuais linhas de produção e de serviços, os atuais mercados e canais de distribuição, as atuais tecnologias e processos continuarão. Desta forma o primeiro objetivo de uma estratégia para uma empresa em funcionamento é aperfeiçoar o que já existe ou está sendo criado.
Em contraste, a estratégia inovadora presume que o que quer que exista está envelhecendo e logo terá que ser mudado ou substituído. A divisa de uma estratégia para o negócio em funcionamento poderia ser por isso: "Melhor e Mais". Para a estratégia inovadora a divisa tem que ser: "Novo e Diferente".
A base da estratégia inovadora é o planejamento e o sistemático abandono do velho e moribundo, do obsoleto.
As organizações inovadoras não gastam nem tempo nem recursos na defesa do ontem. Somente o sistemático abandono do ontem pode liberar os recursos, e especialmente o recurso mais escasso de todos, gente capaz para trabalhar no novo.
Em segundo lugar numa estratégia de inovação deve estar o reconhecimento de que seus objetivos devem ser bastante ambiciosos. É tão difícil, via de regra, introduzir uma modificação secundária num produto existente quanto fazer uma inovação. Em ambos os casos, o índice de perecimento das inovações é - e deve ser - alto.
A estratégia inovadora por isso visa criar um novo empreendimento em vez de um produto dentro de uma linha já estabelecida. Visa a criar uma nova capacidade de desempenho e uma melhoria.
O alvo dos esforços de inovação e capacidade de desempenho e não uma melhoria. O alvo dos esforços de inovação é obter uma diferença significativa. O que é significativamente diferente não é uma decisão técnica.
Não é a qualidade da ciência que faz a diferença. Não é o valor patrimonial de um empreendimento nem a dificuldade de criá-lo a diferença significativa está no impacto sobre o mercado e o público consumidor.
A inovação não continua numa rigorosa progressão linear. Durante muito tempo, às vezes anos, há apenas esforços e nenhum resultado. Os primeiros resultados são em geral modestos. Aliás, os primeiros produtos são raramente o que o cliente comprará futuramente. Os primeiros mercados são raramente os principais mercados.
Ainda mais difícil de prever do que o posterior o sucesso do verdadeiramente novo é o tempo que ele levará para se firmar.
Há os casos do computador, dos antibióticos, da máquina Xerox – todas as invenções que dominaram o mercado. Mas para cada inovação bem sucedida cujos resultados são mais rápidos do que os previstos há cinco outras - que bem acabam muitas vezes logrando igual sucesso - que durante muitos anos fazem, quando muito pequenos e frustradores progressos.
É o caso do navio a vapor. Em 1835 sua superioridade já estava claramente estabelecida; mas só veio a substituir o navio a vela 50 anos depois. Com efeito, a "idade de ouro da navegação" em que os grandes transatlânticos alcançaram a perfeição começou somente depois que o navio a vapor foi plenamente desenvolvido.
Durante quase meio século, em outras palavras, o navio a vapor continuou a ser "amanhã” e nunca parecia tornar-se "hoje".
Um dia, porém, depois de demorada gestação, o sucesso da inovação desponta meteoricamente. Dentro de poucos anos torna-se uma nova indústria importante ou uma nova linha principal de produtos e de mercado. Mas até alcançar esse ponto não se pode prever quando a inovação deslanchará, nem se jamais o fará.
A estratégia da inovação requer diferentes julgamentos e uso de orçamentos e controle orçamentários diferentes daqueles apropriados aos negócios em funcionamento.
Impor aos esforços de inovação os julgamentos e especialmente as convenções contábeis adequados aos negócios existentes, e má orientação. Inutiliza o esforço de inovação da mesma forma que se estropiaria umas crianças de seis anos se de repente se pusesse sobre ela um volume de cinqüenta quilos.
Finalmente, quando a inovação se torna bem sucedida pode converter-se em ameaça. Porque então ela precisa de controles apropriados a um crescimento rápido, isto é, controles que mostrem quais os esforços e investimentos que são necessários para expansão excessiva.
No esforço inovador a primeira e mais sério pergunta é "Será esta a oportunidade certa?" E se a resposta é afirmativa pergunta-se. "Qual o máximo de pessoas competentes e de recursos básicos que podem ser acionados produtivamente nesta etapa?"
Um sistema separado de julgamento para o esforço inovador possibilita a avaliação dos três fatores que determinam a estratégia inovadora: a oportunidade definitiva, o risco do malogro e o esforço e despesas necessários. De outra forma o esforço continuará ou será até acelerado quando a oportunidade é extremamente limitada e o risco de insucesso grande.