A problemática do (des)emprego e seus efeitos na economia globalizada está a converter-se em preocupação social do século XXI cuja superação compete a governos, instituições empresarias, educacionais e sociais, bem como a todos que de alguma forma estejam envolvido com a questão.
A questão de gerar empregos e renda nos dias de hoje exige trabalhar-se em um consenso social capaz de suportar a percepção, o entendimento e a visão de articular a aplicação de alternativas criativas (pensar coisas novas) e inovadoras (fazer coisas novas), que sejam capazes de representar soluções eficientes e eficazes fundamentadas nos princípios do empreendedorismo.
Neste texto pretende-se debater idéias de como abordar a situação de que vivemos em um mundo cada vez mais cheio de trabalhos e menos empregos e oferecer proposições baseadas em uma perspectiva empreendedora, aprofundando em aspectos que são fatores chaves, ressaltando de forma especial o espírito empreendedor e a cultura empreendedora pilares do fenômeno da geração de riquezas.
A combinação destes dois fatores representa o ponto de partida de um processo de pesquisa e nos remete a reflexão sobre a compreensão de que empreender é definição de propósitos, a possibilidade de realizar o que muitos julgavam impossível e uma fé inabalável no progresso da humanidade fundamentada na aplicação dos princípios de uma educação calcada no empreendedorismo.
O estudo dos elementos básicos da sociologia fundamentados em Max Weber, que proporciona condições para elaboramos questionamentos e, para chegarmos a obter as respostas de nossas indagações, temos a obrigação de pesquisar profundamente a real definição e significado do termo empreendedor, do empreendedorismo e do espírito empreendedor, recorremos a Schumpeter na economia, Drucker na Administração e McClelland na psicologia como teóricos capazes de nos oferecer com bastante segurança a resposta que precisamos para as nossas inquietações. As suas idéias podem ser aplicadas de forma eficiente e eficaz no estudo do fenômeno do empreendedorismo.
Weber é o ponto de partida sociológico de uma perspectiva, uma visão de empreendedorismo que entendemos ser interessante para perceber porque os indivíduos criam seu próprio negócio.
Ele é um dos teóricos que se dedicou ao tema do empreendedorismo avaliando os fatores que permitiam que determinados grupos fossem mais empreendedores do que outros e que fatores foram determinantes nesse processo, que condições sociais foram necessárias para que essas experiências fossem reproduzidas em outros grupos sociais observando seus efeitos no campo do empreendedor.
Pretende-se refletir profundamente sobre o conjunto de habilidades, conhecimentos e perícias necessários para que qualquer pessoa venha a ter uma postura empreendedora, a fim de que seja um comportamento corriqueiro em todos os seres humanos servindo de alavanca para decidir com conhecimento de causa os ditames, os objetivos e os meios para alcançar a plenitude do comportamento empreendedor.
Vamos trilhar por caminhos guiados por princípios filosóficos de que os empreendedores são mestres nas mudanças, trabalham com rara competência as alterações nas ciências, na física e na biologia, no mundo dos negócios, desempenhando um papel crucial no progresso da humanidade, ao fazerem uso do conhecimento e do comportamento empreendedor como fatores principais para gerenciar as mudanças.
Este enfoque pressupõe que perseveramos sobre bases sólidas do empreendedorismo que é a paixão, propósito, possibilidade e progresso que para elas nos vemos condicionados a dedicar uma enorme atenção a essas personagens empreendedoras que influenciam e que com seus exemplos servem como inspirações filosóficas e operacionais no processo de mudança que temos vivenciado nos dias de hoje na sociedade empresarial na qual nos encontramos inseridos.
Max Weber se pontifica como uma figura que liga a sociologia a economia. Foi um dos pioneiros no desenvolvimento de uma teoria de gestão, analisou o papel do empreendedor dentro de uma organização e estudou como e por que respondem aos indivíduos as diversas formas de empreender.
Provavelmente tenha tido a primazia na utilização do termo carisma para ilustrar uma das facetas do empreendedor como uma qualidade da personalidade de um empreendedor que faz com que os demais o sigam.
Schumpeter, um dos nossos suportes filosóficos no campo do estudo empreendedorismo. Foi quem teorizou de forma bem singular sobre o empreendedorismo quando magistralmente discorreu sobre a figura do empreendedor.
A sua abordagem sobre a teoria do desenvolvimento é sem nenhuma dúvida uma obra que marcou os estudos da moderna economia de mercado, despertou o interesse das pessoas no estudo da figura do empreendedor. Uma das contribuições de Schumpeter foi à introdução de um fator marcante na ação empreendedora: a inovação.
Drucker, na área da gestão, escreveu várias obras sobre a administração, concentrou seu foco dentre outras questões na eficácia dos empreendedores que devem ser capazes de formular objetivos, organizar, motivar e comunicar, estabelecer medidas de rendimento e promover as pessoas.
Os empreendedores e os líderes deviam analisar periodicamente as atividades da empresa, mediante um profundo exame de todos os seus produtos/serviços, processos, tecnologias e mercados, o que proporciona uma constante atualização.
O empreendedor dinâmico e moderno tem que ser inovador. Os gerentes fazem as coisas bem, os empreendedores fazem o que deve ser feito. Este pensamento é fundamental para os empreendedores, já que estes devem atuar nesta direção.
É preciso repensar o futuro do trabalho e das organizações, pois vivemos a era dos 5I’s - idéias, informação, inteligência, integração e inovação. O pensamento de novas idéias é crucial para a sobrevivência da empresa.
A civilização moderna está a correr perigo. Precisamos urgentemente de choque mundial de empreendedorismo. Urge desenvolver programas de liderança voltadas para o empreender, para incentivar o surgimento de empresas, nomeadamente as de base tecnológica.
Os novos empreendedores criadores de riquezas através da utilização criativa e inovadora das idéias e projetos devem fazer frente a um mercado globalizado, competitivo, diferenciado, com destacadas estratégias que venham a viabilizar os projetos contribuindo para o desenvolvimento econômico social da humanidade.
Isto significa que a sociedade deve assumir seu papel instituindo programas de apoio ao desenvolvimento do espírito empreendedor em todos os níveis do processo de formação dos seus cidadãos desde o seu primeiro contato com o seio materno.
O processo educativo, familiar, empresarial e as políticas públicas, os meios de comunicação e os recursos humanos, materiais precisam ser canalizados com o objetivo de que a sociedade seja marcadamente empreendedora para que todos os seus membros possam desfrutar de qualidade de vida.
O desenvolvimento econômico depende da presença cada vez maior de empreendedores e da competitividade de suas empresas, que são o motor da economia de mercado.
As microempresas continuarão sendo a principal fonte de emprego, renda, e sustentáculo do crescimento das economias locais, elemento fundamental no processo de difusão de inovação tecnológica, introdução de novos produtos/serviços e novas atividades empresariais.
O sonho da humanidade em atingir o pleno emprego é uma tarefa de todos. O empreendedorismo pode ser um excelente instrumento para o alcance deste objetivo, através do apoio ao desenvolvimento de uma cultura empreendedora que propicia a criação de oportunidades de surgimento de novos empreendimentos de elevado valor agregado, o fomento ao processo criativo e inovador de produtos/serviços melhores, mais econômicos e as atividades que permitem a geração de empregos e renda para a sociedade.
Os princípios da criação de oportunidades para a geração de um novo empreendimento são:
a) a oportunidade raramente é identificada tem que ser criada, conquistada;
b) o receio de criar um novo negócio dificulta a percepção da oportunidade;
c) o medo de perder uma oportunidade pode inibir e paralisar o empreendedor;
d) ter atitude pró-ativa permite a indivíduos com espírito empreendedor serem capazes de superar a tensão entre a paralisia provocada pelo medo de errar e acertar na hora aproveitando a oportunidade;
e) todo o processo inovador envolve um ciclo vicioso: nenhum produto/serviço implica nenhum cliente. Sem clientes não se tem receita. A ausência de receita não se pode fazer investimentos. A impossibilidade de investimentos no processo empreendedor perde-se ímpeto e credibilidade junto a sociedade. Sem legitimidade é difícil a obtenção de recursos e sem recursos não se tem produtos/serviços;
f) é algo fora do comum um empreendedor avaliar seus recursos com imparcialidade capital humano, intelectual, social, etc) que ele tem para quebrar o ciclo vicioso do receio de empreender;
g) promover ou desenvolver uma oportunidade através de iniciativa própria com um mínimo de auxílio externo é uma situação ideal para a quebra de receio de iniciar um start-up;
h) o fluxo de caixa positivo é fundamental na sobrevivência de um start-up, é muito caro quando o empreendedor precisa dele; e
i) a criação um start-up pressupõe a focalização de um nicho de mercado.
Existem três componentes cruciais para o sucesso de um novo empreendimento: a oportunidade, o empreendedor (e a equipe) e os recursos necessários para iniciar o empreendimento e fazer com que ele se desenvolva.
Empreendedor (comportamento e atitudes empreendedoras), empreendedorismo (prática e disciplina) e espírito empreendedor (processo de criação do empreendimento) devem marcar presença em todas as sociedades que sejam regidas pela livre iniciativa. São os fatores chaves para o empreendedorismo.
Os empreendedores sabem que inovação não é invenção. Invenção é o processo de descobrir coisas que nunca tinha sido descoberto antes. Inovação é a descoberta de uma nova maneira, novas formas de criar valores para sociedade.
Inovar é fazer coisas novas. A inovação é o instrumento específico dos empreendedores. A evolução da percepção do empreendedorismo como opção para vida, partimos do estudo das características e funções do empreendedor evoluindo para uma perspectiva onde introduzimos as características do processo empreendedor.
A criação de um empreendimento passa pela figura do empreendedor. É quase impossível imaginar a Rede Globo sem Roberto Marinho, a Sonae sem o Belmiro Azevedo, a Microsoft sem o Gates. Os empreendedores se dedicam de corpo e alma aos seus empreendimentos.
Trecho do livro Empreendedorismo, Inovação, Incubação de Empresas e o Plano Tecnológico a ser lançado.
domingo, 20 de março de 2011
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