A história da inovação tecnológica não pode ser narrada como a história dos materiais e ferramentas e sim procurando discorrer sobre uma história social, isto é, uma interpretação das sucessivas atitudes do homem, diante da tecnologia, destacando-se referências aos aspectos econômicos e políticos.
No passado, o saber era um luxo e um dom raro, cultivado por uma elite educada e vivia quase sempre separado do fazer. A civilização atual está aproximando distâncias entre o saber e o fazer, e a tecnologia apressam essa união.
A tecnologia é ainda mais importante hoje, porque está unida à ciência. O tecnologista do século passado era um inventor sem escolaridade, que trabalhava com intuições geniais; o tecnologista de hoje é um cientista, portanto um homem academicamente educado, trabalhando em equipa e através da pesquisa sistemática.
Propõe-se a humanização da tecnologia através da definição das responsabilidades dos empreendedores. Saber administrar o conhecimento é o grande valor da atualidade, oposto à administração da experiência, que o valor do passado.
Se a tecnologia e o saber são "extensão do homem" elas não podem ser usadas contra o homem. O problema está em difundi-la.
A comunicação na empresa não deve ser considerada um simples "meio" de organização, mas um verdadeiro "modo" de organizar, porque ela exige que as pessoas participem da responsabilidade das decisões tomadas.
A compreensão não advém do fato de que as pessoas de que as pessoas sejam "explicadas", mas principalmente, do fato de as coisas terem uma relação direta(feitas ou sentida) com as pessoas.
A "explosão da informação", ao mesmo tempo em que o crescente volume de estudos sobre comunicações, não contribuiu grandemente para melhor a comunicação, porque provavelmente as suposições básicas não foram válidas.
O Novo Papel do Empreendedor frente à inovação tecnológica nos leva a afirmar que:
a) As grandes tarefas da sociedade são cumpridas por instituições organizadas e administradas. A administração não é, pois uma instituição única, peculiar e isolada, mas sim a função social central e genérica da sociedade.
b) Porque nossa sociedade está se tornando uma "sociedade de organizações", todas as instituições inclusive as empresas devem sentir-se responsáveis em melhorar a "qualidade de vida". Melhorar a qualidade de vida deve ser considerado uma oportunidade e transformado num negócio lucrativo.
c) Inovar deve ser considerado tão importante como administrar o que já existe e talvez, até mais importante nos próximos anos. Inovar não pode ser considerado um comportamento externo ou periférico da administração.
d) Mais do que fazer o operário tornar-se produtivo, a grande tarefa de nossa época é tornar o conhecimento produtivo. "O grande recurso capital básico, investimento fundamental, mas também o centro de custo de uma economia desenvolvida é o "trabalhador do conhecimento", que põe em ação o que aprendeu na educação sistemática, isto é, conceitos, idéias e teorias, muito mais do que o homem, que põe em ação a destreza e os músculos"
e) Além de ser ferramenta, técnica, conceito princípios e disciplina, a administração é uma cultura e um sistema de valor. A administração pode ser considerada uma ponte entre a civilização, que está se tornando universal, e uma cultura que exprime tradições, crenças e heranças divergentes. A administração é o instrumento através do qual a diversidade cultural pode servir a propósitos comuns da humanidade.
f) O desenvolvimento é o resultado da administração e não o contrário. Talvez com excessiva simplificação se possa dizer que não há "países subdesenvolvidos" mas sim "países sub-administrados".
È importante destacar algumas das mudanças que a tecnologia produziu na sociedade do século vinte:
a) Emancipação feminina. "A máquina de escrever e o telefone permitiram que a filha de uma família decente saísse de casa e levasse uma vida respeitável, independente do marido ou do pai. A necessidade de mulheres, para operar máquinas e estações telefônicas, forçou mesmo os mais relutantes governos europeus a prover educação secundária pública para meninas, o que foi o maior isolado, para conceder igualdade às mulheres"
b) Organização do trabalho. A obra do movimento de Administração Científica de Taylor, baseou-se na suposição de que a produtividade era conseguida muito mais pela organização do conhecimento, do que pelo trabalho manual. Como conseqüência, a sociedade teve de criar novas formas de profissão e estudo para preparar pessoas para a organização industrial.
c) O papel da educação. A instrução foi, no passado, um luxo que apenas a uma classe interessava; apenas um punhado de pessoas (ministros, advogados, doutores, mercadores e alguns funcionários do governo) precisava ler e escrever. A educação deixou de ser apenas um ornamento, um luxo, para ser o recurso econômico central da sociedade tecnológica
O horizonte humano mudou com a tecnologia. Se, para os antigos, esse horizonte era fixado em função de quanto um homem podia caminhar ou cavalgar, o horizonte de hoje é fixado pelas telecomunicações e vôos a jato. O mundo tornou-se uma comunidade local "não é acidental que os jovens, de todo o mundo sonhem com um carro; a mobilidade em quatro rodas é o símbolo da libertação da autoridade tradicional".
Por outro lado, o rádio, a televisão, cinema e as redes de comunicações via computadores dão a cada um a experiência imediata do mundo. Simplificando um tanto, pode-se dizer que os críticos da tecnologia, representados pelo "Admirável Mundo Novo de Huxley, escrito em 1932, durante a Depressão e pelos Tempos Modernos de Chaplin, sofrem a desilusão romântica e de saudosismo pela sociedade pré-industrial. Repudiar a tecnologia não parece ser uma solução sensata. O homem precisa entendê-la, incorporá-la, dominá-la, para os seus fins.
Empreender significa usar todas as ferramentas da moderna ciência da administração, da planificação de uma estratégia até a descrição de como executar as diversas tarefas de um empreendedor.
Assim, é possível rever, entre o copioso conjunto de conceitos, a configuração de idéias antigas como a de que "uma empresa é criada e dirigida por pessoas e não por forças" ou que "o lucro não é a causa e sim o resultado de um negócio", ou ainda que o "o propósito de qualquer negócio é criar um cliente, e, sendo assim, a empresa tem duas funções básicas: o marketing e a inovação".
Mas, também, é possível tomar contato com recentes estudos sobre a alta administração, diversificação e companhias multinacionais.
Uma das funções do empreendedor é integrar o presente e o futuro. Ele deve deixar lado de ontem e criar o amanhã".
"A estrutura mais simples é a melhor. Quanto mais simples for a estrutura de uma empresa, menor será o perigo de se cometerem erros.
A organização é um meio de atingir um fim do que um fim em si mesmo. O que determina a boa saúde de uma organização não é a sua beleza ou perfeição. É a performance do seu pessoal".
Quase todos os livros sobre "empreendedorismo, administração, destacam a necessidade de inovar. Mas, além disto, os livros, em regra, dão pouca atenção ao que o "empreendedor" deve fazer para estimular a inovação e torná-la efetiva.
Em muitos debates o que se destaca quase exclusivamente é a função administrativa do "empreendedor", isto é, manter os negócios em funcionamento e melhorar o que já é conhecido e está sendo realizado. Normalmente negligencia-se a função empresarial de criar efetiva e deliberadamente o novo e diferente.
Mas ao negligenciarem sobre o aspecto inovador do "empreendedor", os livros apenas espelham a realidade da vida empresarial. Todo "empreendedor" acentua a necessidade de inovar. Mas poucos, nos grandes como nos pequenos negócios, organizam a inovação como uma tarefa distinta e principal.
No passado houve boas razões para que a ênfase na função administrativa colocasse a inovação em plano secundário. Quando o "empreendedor" começou a despertar interesse nos primeiros anos deste século, a necessidade maior era aprender a estruturar a administrar as grandes organizações que subitamente surgiam
A inovação, na medida em que recebia atenção, era tida como uma atividade separada, um trabalho exercido pelo indivíduo, pelo "inovador".
Agora a necessidade de inovação social e política estão se tornando de novo urgente. A moderna metrópole precisa de novas formas de governo. O relacionamento entre o homem e o seu meio tem que ser repensado e reestruturado.
Nenhum governo moderno pode afirmar que ainda governa efetivamente. A crise do mundo é, acima de tudo, uma crise institucional que exige inovação institucional.
A empresa, sua estrutura e organização, a maneira como ela integra o saber no trabalho e este no desempenho, sua integração com a sociedade e o governo são também áreas onde a inovação se faz necessária e oportuna.
É certo que estamos diante da necessidade na esfera econômica e social de um novo período de atividade inovadora como o que marcou a segunda metade do século dezenove.
Mas a inovação agora terá que ser implantada nas organizações existentes. Grandes empresas privadas - e igualmente grandes instituições de serviço público - terão que se tornarem cada vez mais capazes de se organizar tanto para a inovação como para a administração.
Como a inovação cria mais riqueza ou novo potencial de ação do que novos conhecimentos, o grosso dos esforços inovadores terá que vir dos setores que controlam a mão-de-obra e o dinheiro necessário para desenvolvimento e marketing - isto é, dos setores privado e público.
Isto não quer dizer que as empresas pequenas, ou mesmo o indivíduo que dirige o seu próprio negócio, não continuem a desempenhar um importante papel. Nada é mais longe da verdade do que o velho mito dos populistas de que o pequeno empreendedor está sendo expulso do mercado pelos gigantes.
As empresas que se desenvolveram nos últimos 25 anos todas começaram como pequenos negócios. E de modo geral as pequenas empresas têm obtido melhores resultados do que o de porte gigantesco. No entanto, estas estão dependentes de empreendedores, com espírito empreendedor - homens de iniciativa.
domingo, 22 de maio de 2011
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