O ambiente nas agências de propaganda e consultorias, é efervescência - reaquecimento da economia? Não, são as eleições deste ano.
Cativar o eleitor hoje exige a montagem de um verdadeiro exército de especialistas de marketing.
Nesta guerra, a batalha pelo voto, todos os instrumentos são válidos. Pode-se questionar o transporte puro e simplesmente, das técnicas de marketing para a política. Contudo, não se contesta que o marketing do voto veio para ficar.
O sucesso ou insucesso de uma candidatura pode-se creditar à aplicação, ou não, de marketing eleitoral.
Afirmar que o marketing caracteriza-se por "criar um produto/serviço a partir de uma série de condicionantes e que um político não se fabrica: ele tem qualidades inatas, desenvolvidas em sua própria militância", não invalida a tese de que as técnicas de marketing podem ser uma ferramenta muito útil na escolha de um candidato (produto).
Defendemos a ideia de que a opção por uma candidatura, a nível dos partidos, deva ser precedida por uma ampla consulta às bases (consumidores) dos partidos. Seria uma espécie de teste para o candidato(produto) pois não correríamos o risco de assistir candidaturas "não decolarem", serem rejeitadas pelos eleitores (consumidores)
As responsabilidades do eleitor (consumidor) são muito maiores do que as do consumidor, no papel de eleitor, pois, ao escolher seu candidato(produto) ao contrário de um produto, a sua escolha eleitora, depositada nas urnas, e irreversível - o eleitor (consumidor) pode-se arrepender-se - vida eleições de 2000 - porém não conseguirá mais reverter o seu voto.
O marketing político vem ocupando, cada vez mais, espaço nas atividades das agências de propaganda com seus setores de planejamento, pesquisa, elaboração de discursos, etc. trabalhando a todo vapor.
A tarefa de preparação de um candidato exige um profundo conhecimento de política. Todavia, isto por si só não garante a vitória de ninguém, é trabalho que demanda muita dedicação e tem um custo que se pode considerar alto.
Acreditamos que, num estágio mais avançado de nossa política, o marketing exercerá um papel de relevância nosso processo democrático. Os partidos políticos não devem só divulgar suas ideias e programas em épocas eleitorais, urge que o seja de forma continua.
No futuro, com o apoio das tecnologias da informação, o exercício de escolha de candidatos será mais democrático, ouvindo-se, realmente, as bases para se evitar que os "caciques" empurrem "goela abaixo" candidaturas sem respaldo eleitoral, que correm o risco, mais tarde, de ser substituídas ou radicalmente transformadas.
A pesquisa eleitoral tem papel importantíssimo, na consolidação de uma candidatura por refletir as aspirações tendências eleitorais (mercado), sendo um instrumento básico, pois balizará a linguagem do candidato, tornando-a o mais acessível possível na condução das propostas ao eleitorado(consumidor da candidatura).
Para François Ferrus - especialista francês em marketing eleitoral - "a importância de se destacar, através de pesquisas - as características mais gerais da mentalidade do eleitor não só suas preferências políticas", ajudaria bastante aos candidatos na montagem de sua estratégia eleitoral.
Como numa "guerra" a moral do exército é fundamental, assim é necessário "construir, inventar um inimigo para motivar o pessoal envolvido na campanha".
O candidato pode, com segurança, sensibilizar o eleitorado? Sim, desde que trabalhe com competência, afinco às aspirações do eleitorado (consumidor). O discurso para periferia do Recife não é o mesmo para as elites, e a não observância desta simples regra de marketing - segmentação de mercado - pode ser mesmo fatal para um candidato (produto).
Não estamos advogando aqui que o candidato violentará seus ideais. Todavia, ele, necessariamente, terá que ajustar as suas propostas às expectativas dos seus eleitores (consumidores).
Os homens em geral, julgam antes com os.....dizia Maquiavel - o mestre da arte política.
O visual do candidato (produto), na era do domínio da mídia, é um item de um composto que um candidato (produto), que pode decidir uma campanha. Quem melhor souber aproveitar o espaço gratuito da televisão poderá desequilibrar - uma campanha.
Sérgio de Andrade, especialista em marketing político, dá algumas dicas de como se posicionar nesta área - na tevê, "o que se passa primeiro e a expressão do rosto. Finalmente, o conteúdo, num nível emocional: a mão só pode ir até a altura do ombro. Acima disso é comício; campanha política não é jornalismo, é propaganda; não existe campanha cara, a única coisa cara é a derrota".
Assim, mãos à obra, digo, ao marketing!
sábado, 13 de fevereiro de 2010
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