sábado, 31 de julho de 2010

CICLOS ECONÔMICOS E A INOVAÇÃO

A atividade econômica e seus ciclos têm sofrido mudanças rápidas e muito significativas nos últimos anos. É difícil deixar de reconhecer que a economia mundial entrou em uma fase distinta a todo o que se havia visto no mundo anteriormente. A geração de riqueza por parte das novas empresas é verdadeiramente surpreendente.

O desenvolvimento pleno da economia de um país somente se alcançará via inovação. A inovação agrega valor. Um exemplo excelente de criação de valor sobre uma commodity é o do empreendimento desenvolvido por um bioquímico que elaborou um dispositivo que permite estender significativamente a vida útil da uva, conseguindo por conseqüência melhores preços para este produto.

Para entender o impacto desta inovação, bastam ter presente que se estimam em vários milhões de dólares as perdas do setor exportador de uvas que chegam ao destino com uma qualidade inferior à especificada nos contratos de compra.

Este caso é relevante, porque dele se desprendem ao menos duas grandes lições: em primeiro lugar que se pode e (deve) inovar em qualquer setor da economia. E segundo, o processo de inovação poucas vezes é previsível, lógico e ordenado. Estamos presente de um caso de um inovador que teve a atitude para fazer, correr riscos para obter um grande êxito na busca pela inovação.

Precisamos desenvolver modelos de inovação que seja baseado em quatro fortes ideias. A primeira é centrar o propósito da inovação na criação de valor. Assim, entendemos por inovação ao processo pelo qual os sistemas produtivos desenham e mantêm vigentes suas propostas de valor no mercado.

A segunda ideia central é que a inovação não é um luxo reservado às grandes multinacionais. Em uma era marcada pela mudança, inovar se tem convertido em um requisito para ser e permanecer competitivos, com independência para enfrentar as grandes empresas.

Se avaliarmos o valor de ter presente três fontes principais de inovação: tecnologia, modelos de negócios e design. Cada uma destas fontes traz em seu bojo a criação oportunidades e desafios próprios e diferenciáveis de outras.

A inovação é um tema de empreendedores. É fundamental que a empresa que quer ser boa inovando gere competências laborais em seus próprios recursos humanos e seja capaz de construir redes com outras pessoas externas a ela.

A tarefa de inovar obriga ao empreendedor estar observando e decodificando os desejos e necessidades do nosso público-alvo. É preciso gerar condições para que cada membro da organização se veja a si mesmo como um sensor da realidade, atento aos desajustes entre os produtos e serviços da empresa e as necessidades dos usuários.

É necessário gerar um clima propício à inovação. As organizações que destacam por inovar bem mostram uma consistente capacidade para criar um clima fértil para a criatividade e a adaptação confiando nas capacidades tanto de análises como de sínteses de seus membros.

Os seguintes exemplos atestam o ritmo e a intensidade do que muitos chamam “a economia do conhecimento”. Uma empresa como Google, que não vende produtos tangíveis, foi fundada apenas uns dez anos atrás, e já alcançou ao final de 2007 um valor de mercado que supera os bilhões de dólares e possivelmente apresenta-se atualmente como principal competidor de Microsoft.

Outra empresa como Youtube, foi iniciada somente 18 meses antes de sua venda, que se realizou em 2006 por 1,65 milhões de dólares. Enquanto que o CEO de Facebook tem menos de 25 anos, dirige a dita empresa fundada por ele mesmo: o valor de Facebook já se calcula em vários bilhões de dólares. Aos 22 anos este jovem gerente geral tinha rechaçado uma oferta de compra de quase um bilhão de dólares por parte de Viacom.

O valor das ações de America Online, provedor de serviço de Internet, cresceu 80 mil vezes em sua primeira década, e em plena bolha de Internet a empresa fundiu-se com gigante mediático Time-Warner. No ano 2000 a empresa Cisco chegou a ter um valor próximo aos 30 bilhões de dólares.

Outro gigante como Amazon, que também tem pouco mais de uma década de existência, alcançou uma valorização no mercado de valores que ultrapassa os bilhões de dólares e valorizando-se cada vez mais porque se encontra constantemente a inovar ao lançar a “plataforma Kindle” que não consiste apenas no leitor eletrônico da Amazon. É possível ler e baixar livros em smartphones (com sistema Android, Apple, Blackberry), no iPad ou ainda em computadores com sistema operacional Windows ou Macintosh. Há um programa específico para cada tipo de dispositivo.

Finalmente o caso da Skype não é menos surpreendente: esta empresa foi criada na Suécia e são similares as anteriores citadas, foi vendida por mais de alguns bilhões de dólares, o outro gigante é o Ebay.

A marca valiosa do mundo já não é a Coca-Cola como foi durante vários anos, agora Google a supera. Este é outro sinal dos novos tempos em que vivemos.

O ressurgimento de Apple, retomada pela figural singular de Steve Jobs, não é menos surpreendente e se valor de mercado supera a tantas empresas tradicionais. Tampouco pode deixar de surpreendermos com idéia de que seria de uma empresa como Blyk que pretende oferecer telefonia celular gratuita na Europa.

Todos estes exemplos apresentam várias características comuns entre as quais se destacam as seguintes: estão usando modelos de negócios que não existiam até 20 anos, a maioria foi fundada nos Estados Unidos da América ou Escandinávia, e também a maior parte surge de empreendimentos criados a partir das universidades, por parte de jovens empreendedores. Seus fundadores são tanto estudantes como professores, e inclusive profissionais muito próximos às universidades.

Os motores principais desta transformação na economia e nas novas empresas são as novas tecnologias, em particular as telecomunicações, onde se destaca a Internet, com mais de milhões de usuários atualmente, a globalização, que aparece de maneira paralela ao surgimento das redes computacionais globais e o espírito empreendedor que estar a criar riquezas nos quatro cantos do mundo.

Em épocas recentes, particularmente a partir dos anos 90 do século XX, se começou a falar de uma “nova economia”. As novas tecnologias da informação, as comunicações e o empreendedorismo estavam detrás desta nova realidade. Aqui se podiam perceber-se, segundo muitos expertos, como a economia predita por Peter Drucker vinte anos antes se envolvia uma realidade, uma economia sustentada principalmente no conhecimento. Empreendedorismo + conhecimento = Criação de Riquezas essa equação sintetiza do que afirmamos até agora.

A aparição da Internet foi o principal motor do desenvolvimento econômico que rompe com tudo que já tínhamos presenciamos até hoje, que permite a globalização dos negócios em uma escala e magnitude nunca vista na economia de mercado.

A chamada explosão da bolha das empresas ponto.com a finais dos anos 90 do século XX impôs um forte revés àqueles acreditavam em um ciclo de crescimento de enorme duração e sem turbulências. Muitos bilhões de dólares que foram invertidos em empresas tipo xyz.com terminaram fracassando em poucos meses.

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