domingo, 6 de fevereiro de 2011

NEGÓCIOS VIA INTERNET = IDEIAS DE McLUHAN + EMPREENDEDORISMO

A Internet é um dos instrumentos que vem impulsionando a revolução empreendedora. Há milhões de pessoas que neste momento estão usando-a ao redor do mundo. Não temos dúvidas de que existe um grande número de oportunidades de negócios muito lucrativos na Internet.
Para os pequenos empreendedores, a possibilidade de se transformar numa empresa global de forma rápida é notável. Nunca se viu isso antes. Abriu-se uma janela de oportunidades para oferta de serviços que está a alimentar um “boom” de micro e pequenas inovadoras, uma nova onda de empreendedorismo.
É importante destacar que o movimento impulsionador desta nova onda de empreendimentos não se trata mais de engenheiros criando empresas, mas sim empreendedores em qualquer ramo de atividade, repensando seu próprio negócio, em termos da nova tecnologia da informação.
Para vencer na Internet são exigidos, do empreendedor, não só conhecimento tecnológico, mas basicamente um profundo domínio das técnicas de marketing.
Todos os empreendedores de empresas de base tecnológica bem-sucedidos, que investiram os melhores anos de suas vidas na edificação de organização de sucesso, têm hoje de enfrentar a verdade, nua e crua, de que essas estruturas, esses produtos, esses serviços e esses processos tecnológicos não são mais a realidade, à luz dos padrões de amanhã. Muitos deles continuam seduzidos pela obra feita, mas a nova realidade emerge.
O tempo de implantação no mercado de um produto de comunicações ou de tecnologias de informação frutos de um salto tecnológico, estar a ser comprimido drasticamente. Um CD-ROM levou apenas seis anos, a saltar essa barreira, ou seja, sensivelmente quatro vezes menos que a TV a cabo.
O computador pessoal levou quase o mesmo número de anos que o CD-ROM e cerca de um terço do tempo que levou o “fax”, telefone celular levou quatro vezes menos tempo que o telefone tradicional e duas vezes e meia menos que o “fax”. Ipad e Kindle estão rapidamente a tomar lugar dos notes e netbooks.
Urge que o empreendedor de empresa de base tecnológica tenha consciência dos riscos da sedução da obra feita, com a ideia de que o que construirão continuará a florescer. Contudo, é importante destacar que, ao emergir uma nova realidade, com novos modelos de negócios, a sua competitividade atual falha.
Nesta nova Era dos negócios via Internet, a idade do empreendedor já não conta absolutamente para nada. As inovações e as novas tecnologias se sucedem a uma cadência incrível, os valores alteram-se constantemente e o mesmo acontece com os mercados.
Um indivíduo pode estar estabelecido desde há vinte anos, ter obtido êxito e acumulado experiência durante essas duas décadas – e, de hoje para amanhã, perder tudo.
Para manter-se na crista da onda, o empreendedor deve estar atento ao futuro, modificar constantemente as suas estratégias, em função das alterações que vão surgir no mercado.
Isto é mais importante do que ter vinte anos de experiência e de contabilidade sólida. É preciso ter uma visão clara de seu negócio e apostar, cada vez mais, na sua intuição para detectar as melhores oportunidades de negócios.
O empreendedor tem de dar atenção, agora, mais do que nunca, à forma como as empresas criam valor, tanto no mundo físico como no mundo virtual. E ter em atenção que os processos de criação de valor não são os mesmos nos dois mundos.
As transformações provocadas pela Internet, no mundo dos negócios, podem ser consideradas radicais. O seu custo de acesso ao usuário é baixo.
Isto está a causar grandes preocupações aos gigantes da indústria do software. A raiz desta situação é a maneira pela qual o software é concebido, distribuído e consumido.
A Internet e a sua World Wide Web têm criado uma infra-estrutura para entrega de informação para computadores, virtualmente em qualquer lugar. Agora, a mesma coisa está acontecendo com o software, graças a World Wide Web.
O resultado: uma revolução nos software. Esta situação abre uma grande janela de oportunidades para as micro, pequenas e médias empresas – seus empreendedores, usando a Internet, têm mais possibilidades de distribuir, de forma mais competitiva, os seus produtos. Os varejistas ainda terão muitos clientes, contudo, mais e mais softwares serão distribuídos via Internet.
A Internet é o elemento fundamental na destruição e (re)construção de um novo modelo para a indústria de software. A World Wide Web torna a Internet um gigantesco disco rígido. A Internet realmente muda tudo e, com isso, gera uma gama incrível de oportunidades para os empreendedores-cibernéticos.
A auto-estrada da informação não é uma metáfora muito boa para o que está acontecendo. Ela sugere uma grande construção, cabos que iriam conectar todo o mundo. Não é isso que está ocorrendo. Trata-se de mais um supermercado da informação, em vez de uma estrada da informação.
O supermercado pode ser montado a partir de diferentes tecnologias: TV a cabo, telefone, satélites, celular. Pagers, Iphones, Ipod, etc.. Temos de esquecer a ideia de que alguém vai sair por aí, passando cabos e conectando todo o mundo.
O meio já não seria a mensagem, ao contrário do que disse Marshall McLuhan, essa é a opinião de Negroponte. Na concepção deste “guru” da cibernética, o meio é apenas uma das encarnações da mensagem. Uma dada mensagem pode ter diversas expressões mediáticas, automaticamente deriváveis, a partir dos mesmos dados.
Sob outro ângulo de abordagem, o digital levará à mudança da natureza dos mass media – de uma situação de “empurrar” os bits para cima do público, para outra que serão as pessoas (ou os seus computadores) a “puxar” por eles.
Esta é outra mudança radical, porque o tradicional conceito de media radica na ideia de uma sucessão de patamares de filtragem, que reduzem a informação e entretenimento a uma coleção de top stories e de best-sellers, lançados para diferentes audiências.
Neste momento, mesmo que um monte de empresas esteja indo para o mercado tentar aproveitar as oportunidades geradas pela Web, que são muito grandes, nem todas estarão nele no futuro. Vão surgir algumas caras novas no salão, mas no total será menos gente do que antes do início do baile.
Antes tínhamos uma crise de sobrevivência e agora uma crise de oportunidades. Há um monte de oportunidades fora das quatro paredes da empresa. A questão é saber quais os bons empreendedores-cibernéticos para tirar vantagem deles.
A empresa da Era da Web deve ser a de totalmente voltada para o mercado, tendo como objetivo principal a satisfação de desejos e necessidades dos clientes. Se o foco da empresa está em como fazer dinheiro, em vez de como solucionar problemas, ela não enxergará as novas oportunidades. Muitas vezes, elas estão muito distantes do foco.
Vejamos uma coisa bem simples, como a distribuição dos softwares. Hoje, os seus produtores gastam pesadas somas em separar os disquetes, colocá-los em embalagens apropriadas, e enviá-los para os varejistas que ainda terão o trabalho de expô-los em suas prateleiras.
Então, eles gastarão milhões em publicidade para atrair clientes a irem às suas lojas e comprar o software. Na rede, um consumidor simplesmente clica o ícone do software desejado e de forma online é introduzido no computador. Esta sistemática dispensa o varejista e o processo de instalação.
Vive-se uma Era de revoluções: o surgimento das redes sociais. A ascensão econômica do Terceiro Mundo. A Era da Informação. Por trás destes acontecimentos, vislumbra-se uma ideia: abertura. Foram colocadas abaixo todas as fronteiras e barreiras econômicas.
Sendo a Internet uma rede mundial formada por redes de computadores de todo o tipo, isto permite a troca de mensagens, programas, imagens e todo tipo de informações entre si. São através das autoestradas da informação que se podem conseguir, de forma rápida, notícias e intercambiar mensagens com o resto do mundo. Desde sua implantação, a rede tem duplicado de tamanho, ano após ano.
Para conectar-se à rede é preciso dispor, basicamente, de um computador, um modem. É a revolução das comunicações mundiais, com fortes impactos nas vidas das pessoas e da forma como as empresas empreendem seus negócios. As redes sociais são a última palavra no campo das comunicações entre os indivíduos.
Na era eletrônica, não se vai trabalhar: o trabalho começa quando se liga o computador portátil. Não se vai à escola ou às compras: a escola e as lojas vêm a nós. Também não se vai ao banco: transporta-se o banco no bolso. As transações comerciais e sociais estarão centradas no lar e no indivíduo.
Os sistemas políticos e econômicos são sempre os últimos a mudar. São os que apresentam maiores dificuldades para perceberem os avanços tecnológicos. Estão a criar, a todo instante, regulamentações que entravam os projetos inovadores de jovens empreendedores de empresas de base tecnológica.
Marshall Mcluhan está de volta, de repente. Há mais de 47 anos, McLuhan em 1964, suscitou controvérsia, quando disse que os avanços das telecomunicações e a informatização iriam transformar o mundo numa Aldeia Global.
Com as novas tecnologias – Internet – o conhecimento pode ser transmitido pelo planeta num instante. Marshall McLuhan estaria orgulhoso. O rápido aumento na utilização da Internet, como instrumento de negócios, criou uma teia de comunicações mundiais que interliga profissionais capacitados a colaborar, em todos os pontos do mundo.
É possível saltar continentes e oceanos, com o toque de um botão. A localização geográfica deixou de ser um fator restritivo, na hora de o empreendedor de empresa de base tecnológica criar e desenvolver seu empreendimento.
Hoje, a comunidade global de milhões de pessoas ligadas à Internet prova que Mcluhan estava na pista certa, e esta nova geração, “antenada” de empreendedores, está revendo suas teorias.
McLuhan morreu em 1980, justamente quando o PC se transformava em realidade, mas suas ideias ainda estão na vanguarda do estudo da mídia e da análise dos efeitos da mídia sobre a cultura.
McLuhan alcançou a fama por sua definição de que o meio é a mensagem, o que resumia seu ponto de vista do impacto da tecnologia da comunicação na personalidade e na imaginação humanas.
Foi um profeta de nossa época e um missionário da tecnologia, pois quando ele afirmou isto, a palavra meio não existia em seu significado atual como um canal de comunicação. Mas já então ele, claramente, acreditava que o meio é a mensagem, ou pelo menos, que o meio determina e configura a mensagem.
McLuhan via a tecnologia mais como humana do que divina. A tecnologia é uma extensão do homem. A tecnologia, para McLuhan, é o auto-aperfeiçoamento do homem, o modo pelo qual ele se estende, transforma-se, cresce e reafirma.
É exatamente como um animal que desenvolve um novo e diferente órgão, através da evolução natural torna-se um animal diferente, também um homem que desenvolve uma nova e diferente ferramenta e, em conseqüência, detém uma extensão, torna-se um homem diferente.
Hostilidade para, e desencanto com, a tecnologia foi a “causa” ostensiva da década de 60 do século passado e dos primeiros anos do decênio 70 do século passado.
Não se poderia imaginar menos provável herói de cruzada ambiental do que esse arquitecnólogo, Marshall McLuhan, o metafísico do meio eletrônico.
A geração dos anos 70 e 80 do século passado compreendeu, através dos ensinamentos de Marshall McLuhan, que a tecnologia teria de ser integrada à metafísica e à cultura, à estética e à antropologia humana – o que realmente estava na essência da antropologia humana e do autoconhecimento do homem – que este profeta ofereceu um refluxo de uma nova realidade.
Mas o seu panorama era muito nebuloso e sua expressão oracular somente contribui para o apelo que ele provocou.
O mais importante discernimento de McLuhan não é o fato de que o meio é a mensagem. É o de que a tecnologia é uma extensão do homem, ao invés de “apenas um instrumento”.
Não é o mestre do homem. Porém modifica o homem e sua personalidade e o que o homem significa – ou verifica interiormente ser – do mesmo modo como altera o que ele pode fazer.
A ideia de McLuhan de que se possa integrar tecnologia, cultura e metafísica, é bastante interessante. Esta visão relaciona a tecnologia à atividade específica do homem chamada trabalho.
A tecnologia pode ser definida “de como as coisas são feitas ou preparadas”. É como o homem faz ou produz. A tecnologia trata da propositada evolução não organizada de coisas fabricadas pelo homem, através das quais ele desempenha essa atividade humana particular e única, o trabalho.
E o modo pelo qual o homem faz ou produz, o modo como ele trabalha, tem então profundo impacto sobre o seu modo de viver, o modo de viver com outros de sua própria espécie, e como ele próprio se vê – e por fim talvez até mesmo sobre o que ele é.
O trabalho é, sobretudo, o vínculo social específico na vida humana e na história. O liame orgânico que é baseado na necessidade de cuidarmos do jovem indefeso é dividido pelo homem com muitos dos grandes animais; as elefantas tomam conta dos seus filhotes por mais tempo do que o fazem as mães humanas, e poderão fazê-lo melhor.
Mas o vínculo social inimitável que o trabalho cria – em toda a sua plasticidade, flexibilidade, diversidade e exigência – constitui a dimensão humana específica; é o relacionamento entre a tecnologia como instrumento e tecnologia como cultura e personalidade. E o trabalho é uma atividade social que Marshall McLuhan jamais se dignou notar.
Já é hora de cobrarmos da tecnologia seu aspecto de dimensão humana social e específica e do modo como o homem a manipula. Estudos desenvolvidos atualmente apontam nesta direção.
A Internet ultrapassa áreas políticas e geográficas. McLuhan provavelmente diria que hoje, mais do que nunca, os computadores nos estão interligando numa Aldeia Global, tanto assim que ela já se transformou em algo mais semelhante a um teatro global.
Qualquer pessoa que disponha de um computador e um modem podem subir no palco mundial, e principalmente é capaz de fazer negócios que giram em torno de bilhões de dólares.
McLuhan acreditava que a cultura frequentemente descreve círculos completos. As conferências on-line são umas voltas à velha tradição oral, facilidade de ler e escrever já não é um requisito fundamental, como o é nos fóruns acadêmicos, e as pessoas interagem, através dos computadores, sem usar palavras: com ícones, com voz e com os novos ambientes de realidades virtuais.
As novas tecnologias multimídia, assim como as novas mídias trouxeram novas mensagens. Em suma, surgiu uma nova cultura.
Já se passaram 47 anos desde que Marshall McLuhan afirmou que as sociedades modernas serão modeladas mais pela natureza dos meios de comunicação que utilizam, do que pelo conteúdo do que comunicam.
A revolução digital chegou e mudou os hábitos, mas apesar dos cavaleiros do apocalipse, o novo paradigma, a Internet e seus agregados, não destruíram o anterior, a civilização TV pré-1994.
A flecha verbal de McLuhan acertou no alvo, mas faltou ao profeta à clareza de Thomas Kuhn, que em “The Structure of Scientic Revolutions, de dois anos antes, afirmou que na ciência uma mudança de paradigma não significava a destruição de seus predecessores, mas sua transformação.
A nova realidade em que a garrafa do vinho vale mais que sua degustação, a mudança de paradigma representado pela velocidade da World Wide Web em prover todo o tipo de informação e do internauta de recebê-la e reproduzi-la (tê-la na garrafa) sem que seja necessário conhecê-la (saber seu sabor).
O tempo de maturação do novo paradigma surpreendeu a todos: empreendedores e usuários. Quase duas décadas se passaram incorporação da Netscape de Marc Andressen ao mundo da realidade virtual e do comércio eletrônico, com o surgimento de dilemas que se avolumam, conforme a Web é alimentada com generosas doses do conhecimento humano.
Um novo setor na economia está a emergir, precisamente a partir da convergência de três C’sda computação (computadores, software, serviços), das comunicações (telefonia, cabos, satélite) e conteúdo (entretenimento, publicações, fornecedores de informação), com profundas implicações, não só à vida das pessoas, bem como na forma como os negócios serão criados, desenvolvidos e consolidados, daqui para frente.
A unidade econômica principal da economia industrial era a corporação, a empresa, a unidade de base da nova economia digital é você – é o indivíduo, o empreendedor ou a molécula.
Mudaram-se os tempos. Na nova economia, a nova empresa tem uma estrutura molecular. E é baseada no indivíduo, no empreendedor.
O trabalhador do saber, os empreendedores de empresas inovadoras funcionam como uma unidade de negócios que se adapta às condições ambientais, onde as perspectivas de se obter um emprego full time estão cada vez mais remotas.

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