terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O EMPREENDEDOR NEM SEMPRE É BEM VISTO

Uma das principais razões porque o empreendimento não se desenvolve em sua plenitude, com bastante mais força na América Latina, é a forma como as pessoas veem o mundo dos negócios, a questão cultural de não perceber a importância do empreendedor no processo de geração e criação de riquezas.
Assim, entendemos ser necessário que as escolas, em todos os seus níveis, ministrem cursos ou insiram em suas grades curriculares a disciplina de empreendedorismo, tendo em vista que o estudo do empreendedorismo impulsionará o desenvolvimento do espírito empreendedor entre os seus alunos.
O empreendimento de novos negócios encontra dificuldades para ser criado, gerido e desenvolvido com sucesso em nossa região. Porém, apesar deste cenário sombrio, temos exemplos de empreendedores que conseguem com criatividade e inovação vencer essa verdadeira corrida de obstáculos que é o processo de criação de uma empresa, afetado por uma série de fatores que fazem que o empreendedor tenha que desviar a sua atenção para questões burocráticas ao invés de se concentrar no seu empreendimento.
Percebemos que aqui no Brasil ainda precisa ver a cultura empreendedora como algo importante para sociedade.
Existe uma grande carência no que diz respeito ao acesso a capital, assim como ao capital de risco, sobretudo porque o custo de oportunidade de empreender em nosso país é muito elevado devido à nossa falta de cultura empreendedora.
Socialmente, a visão que se tem do empreendedor em nossa sociedade, precisa ser urgentemente revista, pois o criador de riquezas, que trabalha por conta própria, deve ser respeitado, ter prestigio, e ser tão admirado quanto alguém que trabalha em grandes empresas.
Sem dúvida, a figura do empreendedor, como homem de negócios, nem sempre é bem vista nem muito respeitada em nossa região, contudo essa visão vem mudando. É preciso reconhecer, premiar aqueles que estão com seus esforços contribuindo com o seu sucesso, êxito pessoal para o crescimento econômico e social da nossa região.
Apesar de que um empreendedor no Brasil correr muito mais risco que seu concorrente em outros países, o reconhecimento social não é tão grande e um fracasso empresarial custa bastante ser aceito. O receio de fracassar é um fator de inibição para muitos deixarem de empreender.
Quando somos indagados sobre as principais dificuldades que enfrenta o empreendedor quando começa um novo projeto, muitos esperam a resposta mais rápida que seria o financiamento. Porém essa alternativa não é certa.
O financiamento é o último passo depois de ter o empreendedor percebido o que ele gosta de fazer, o que ele sabe fazer com competência e de forma diferente e inovadora, por fim, quem se encontra disposto a pagar por isso. Portanto, a maior barreira que têm os empreendedores é saber se diferenciar no mercado.
Um bom modelo de negócio responde sem dificuldade a indagações, há tempo, formuladas por Peter Drucker: quem é o cliente? O que é importante para ele? Além disso, responde também perguntas que todo empreendedor sério se faz: como é possível ganhar dinheiro nesse negócio? Que lógica econômica permite que eu proporcione ao cliente aquilo que ele deseja a um custo suportável?
A universidade pode ser uma excelente difusora da cultura empreendedora ao implantar incubadoras de negócios que assessorariam a muitas empresas e onde seriam apoiados exclusivamente projetos de alto valor agregado.
Fora do âmbito universitário se pode também promover a cultura do empreendedorismo, porém, os governos continuam insistindo no tema de sermos empreendedores, todavia do nosso ponto de vista implementa estratégias equivocadas ao apresentar o empreendedorismo como uma alternativa ao desemprego, em lugar de fazê-lo como uma aspiração real que deve ter a juventude em quaisquer estágios de sua formação, principalmente os jovens que ingressam todos semestres nas universidades.
Normalmente uma pessoa que tenciona empreender não precisar de teoria e acredita que somente necessita de suas habilidades práticas e isto é inteiramente falso.
É uma concepção muito equivocada, pois diante de mercados hipercompetitivos e com economias cada vez mais abertas, evidentemente a gente mais preparada é a que está tomando as melhores decisões.
Então o primeiro erro é não estudar tudo o que se tem que estudar, me refiro, a uma graduação séria, um mestrado e um doutoramento.
Enquanto as características dos empreendedores, estes não têm que ser uma pessoa sobrenatural. Os empreendedores mais importantes do mundo não são necessariamente indivíduos que gostam de ficar a pular de avião para testar pára-quedas.
Normalmente também são adversos ao risco e isso significa que estão informados acerca das decisões que estão a tomar.
Sabem perfeitamente onde estão a investir cada centavo e com que probabilidade de êxito e que taxas de rendimento estão esperando pelo risco que estão a tomar.
Tem que ser uma pessoa com preocupações sociais, muito criativa e inovadora, que se angustia muito quando se depara com a burocracia. É saber muito bem o que fazer de sua vida pessoal e profissional.

Um comentário:

  1. Realmente é muito difícil que um indivíduo em sua ação empreendedora tenha o reconhecimento. Este reconhecimento do qual falo se refere a importância de suas ações para o desenvolvimento coletivo. Podemos perceber que os estudantes que são formados hoje dedicam-se (ou são forçados a se dedicar) a questões puramente técnicas. A parte técnica é importante, mas não é o que vai fazer o profissional competitivo com o atual mercado que vemos hoje. Novos profissionais estão sendo formados com o "complexo de Avetruz": observam a técnica e esqueçem assuntos como liderança, gestão de pessoas, gestão de conflitos...entre outros. Resumindo, falta despertar no estudante de hoje a capacidade empreendedora, para assim, vislumbrar o futuro com um olhar inovador em relação a sua atividade, sua carreira e o potencial que pode desenvolver frente as necessidades e brechas do mercado.

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