segunda-feira, 16 de agosto de 2010

FORMAÇÃO DE EMPREENDEDORES: DESAFIO DO PRÓXIMO MILÊNIO

No cenário econômico de hoje, faz-se necessária uma profunda reflexão acerca da problemática do (des)emprego. O Diário Pernambuco, sempre na vanguarda dos grandes temas da atualidade, publicou cerca de ano atrás, no dia 26/08/97, uma excelente entrevista com Jeremy Rifkin, autor de “O Fim dos Empregos”, um dos partidários da literatura da catástrofe.
São os profetas do apocalipse econômico. A razão do sucesso? Parece que escrever, muitas das vezes sem nenhuma idéia original, diatribes contra a tecnologia e a modernização, contra a livre iniciativa, as multinacionais e a globalização, transformam-se rapidamente num sucesso editorial.
O medo de perder o emprego ou passar por uma prova de não tê-lo nunca mais, transforma paradoxalmente as pessoas lúcidas e corajosas em seres assustados ou com vergonha, em ávidos consumidores de literatura favorável ao Estado intervencionista.
O estado da federação brasileira mais privatizado é o Espírito Santo, cujo governador era até pouco tempo, do Partido dos Trabalhadores. A livre iniciativa agradece, penhoradamente.
O emprego, como os conhecemos atualmente, é artefato do século passado. Realmente teremos poucos empregos, nesta virada de século. O emprego assalariado está em extinção no país, afirma “O Estado de São Paulo”, na sua edição de 24/08/97. De 1989 a 1995, de cada dez novas ocupações, apenas duas são assalariadas e oito, não-assalariadas. É a era do emprego por conta própria.
É interessante destacar quanta tinta e recursos são desperdiçados discutindo o fim do emprego. O debate deveria ser direcionado para a formação de empreendedores, pessoas capazes de criarem seu próprio emprego. O desemprego faz crescer ações individuais. É o eu micro empresa, ou melhor, ME. O indivíduo é uma marca. Como diz Tom Peters estamos vivendo a “Era do EU S.A”.
O empreendedor enfrenta o desafio de ser o próprio criador de seu posto de trabalho. É a resposta ao emprego para toda a vida.
Como preparar-se para criar seu próprio posto de trabalho, no século XXI?
Os passos que os empreendedores podem seguir para a criação de seu próprio posto de trabalho são:

•Desenvolver uma íntima relação com os computadores. Isto pode parecer óbvio, porém, sem esta capacidade o empreendedor não terá acesso à chave de todas as portas: a informação e os demais instrumentos relacionados com alta tecnologia.
•Dominar os princípios básicos de como administrar um pequeno negócio. Provavelmente dirigirá uma empresa com somente um empregado: ele mesmo.
•Pensar pequeno. Apoiado pela tecnologia da informação, o empreendedor é atualmente capaz de criar um negócio que envolva poucas pessoas.
•Aprender a trabalhar em equipe. As distâncias entre o empreendedor e o empregado estão cada vez mais diminuindo.
•Não se apegue em demasia aos detalhes. O mundo avança mais rápido do que o indivíduo pode perceber. Assim, de quase nada adianta a superespecialização. É a era da flexibilidade. O empreendedor terá de trocar de cavalo em marcha.
•Fazer aquilo que gosta. Já que está tudo tão difícil, não escolha um ramo de atividade empresarial sem primeiro meditar se realmente é aquilo que gostaria de empreender.
•Ser otimista. Pensar novas formas de negócios. Rejeitar a idéia de que ter sido demitido representa ser um fracassado. Esta é uma maneira antiquada de perceber-se o mundo, baseado na antiga premissa do emprego para toda a vida. O empreendedor tem a rara capacidade de acreditar no que faz, rompe com todos os modelos pessimistas, que são traçados nos dias de hoje.
É o ato de empreender-criar-antecipar-antecipar-decidir-agir-empreender.
Esta é uma proposta de modelo para sairmos da discussão estéril do (des)emprego por conta de terceiros.

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