sábado, 4 de setembro de 2010

EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO, INCUBAÇÃO DE EMPRESA E A LEI DE INOVAÇÃO

Não Ria! Eis o meu Plano de Negócios!

Não goze! Eis o meu plano de negócios. A primeira lei dos negócios reza: o seu plano contém o único cenário que não vai acontecer. Preparado para as outras? É preciso antes do que qualquer plano desenvolver nas pessoas o espírito empreendedor.
Os desafios para fazer negócios no Brasil são bem conhecidos. O maior obstáculo, entretanto, é a imprevisibilidade. Administrar uma empresa nesses países é como dirigir um carro de corrida em uma pista desconhecida e com neblina. Os empreendedores devem se antecipar e se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Os empreendedores precisam aprender a dominar um conjunto de técnicas de gestão que tornem suas empresas prontas para se adaptar. Precisam reagir rapidamente a crises recorrentes, navegar a despeito da visibilidade limitada e encontrar maneiras de tirar vantagem da turbulência que ameaça os concorrentes menos flexíveis.
O projeto de Deus correu bem nos primeiros anos. Até que apareceram os negócios. Quando primeiro emergiu numa forma reconhecida, na Idade Média, o negócio não era mais do que uma extensão das dimensões sociais da comunidade. A palavra «companhia» deriva do conceito de juntar o pão (do latim cum panis). Mas se carregarmos no botão do fast forward até aos finais do século vinte e carregarmos, depois, no play, vemos uma imagem muito diferente. Complexo, paranóico, anti-social, hierárquico, burocrático, rotina e tenso — algumas destas palavras dizem-lhe alguma coisa?
As formas como os negócios modernos se desenvolveram foram um dos principais erros de Deus. E existe alguma forma de pôr ordem neste caos? Felizmente, acredito que sim. Da mesma forma que as leis universais governam a nossa existência — como a morte e a gravidade —, acredito que uma série de leis universal existe nos negócios. Por exemplo, quase todas as empresas criam um plano de negócios, uma reflexão acerca do presente e do futuro. Imagine que Deus teria acesso ao seu plano. Já o estou a ver, a rir-se que nem um doido: o que você diz do presente já é engraçado, mas as suas previsões para o futuro são muito mais hilariantes. É que Ele já sabe o que vem aí. Isto leva-nos à primeira lei universal: quando tiver completado o seu plano de negócios, ele contém o único cenário que garantidamente não acontecerá.
Esta lei ajudá-lo-á a diferenciar os administradores dos empreendedores. O primeiro vive para o plano. O empreendedor, por outro lado, volta da apresentação, coloca o documento junto de todos os outros, digere o fato de que, pelo menos, há uma noção clara do que não irá acontecer e prepara-se para lidar com o que quer que seja que vem aí.

Reconhecer (se) Empreendedor – Reconhecer (se) Empreendedora

Mas, afinal, o que significa ser empreendedor? Quais são as características, ou melhor, como reconhecer(-se) um empreendedor, uma empreendedora? Uma importante observação de Drucker (1985) sobre o que difere um empreendedor de uma pessoa qualquer.
Mas o que é um empreendedor/criador de empresas? Drucker (1985) alerta que este título não pode ser aplicado a todo audacioso que inicia um pequeno negócio. Os empreendedores são pessoas que estão simultaneamente criando novos tipos de negócios e aplicando novos e insólitos conceitos administrativos.
O vocábulo entrepreneur apresenta algumas dificuldades para ser traduzido para a língua portuguesa, porém podemos afirmar que um empreendedor é um indivíduo que empreende, criativo, arrojado e que procura sempre fazer coisas diferentes. Empreendedores são um dos ativos mais importantes de qualquer economia. Difícil é ser um deles. Empreendedores são ágeis, persistentes e, geralmente, trabalham com um tipo de capital intangível: boas idéias. Empreendedorismo (espírito empreendedor), terra, trabalho e capital são os quatro pilares de uma sociedade fundamentada na livre iniciativa, Leite (2002).
Os empreendedores estão comprometidos num processo onde Schumpeter (1984, 1988) descreveu como “destruição criativa”, ou seja, “romper com velhos hábitos, para gerar respostas novas às carências e desejos do mercado. Eles (os empreendedores) forçam situações, com o objetivo de mudar as coisas para melhor. São construtores compulsórios: quando começam, não param mais”.
É importante esclarecer que a ação do empreendedor não está determinada a um eixo único, ou seja, qualquer pessoa, empregada ou não, pode ser empreendedora. O empreendedorismo está para a relação subjetiva do ser humano, o que existe antes de uma ação empreendedora é o espírito empreendedor.

Apostolado da Nova Religião do Risco

“Nada na empresa substitui o risco. Assim como na política, quem não tem coragem não é estadista, é politiqueiro. Na empresa quem não assume risco não é empreendedor, é burocrata”.A noção de que o futuro reserva aos empreendedores mais do que um exato capricho dos deuses é uma idéia revolucionária. Nada mais foi debatido, nos últimos tempos, do que o traço característico do empreendedorismo, que é sua capacidade de correr riscos calculados.
A quantificação do risco define as fronteiras entre os tempos modernos e o resto da história da humanidade. A velocidade, o poder, a livre movimentação de idéias e capitais e a comunicação instantânea que caracterizam a era do empreendedor teriam sido inconcebíveis, antes que a ciência substituísse a superstição como um baluarte contra os riscos de todos os tipos.
Espírito de empresa e o fenômeno de gostar de assumir riscos.O empreendedor tem de estar preparado para enfrentar, no seu dia-a-dia, três tendências: exposição a uma era de descontinuidades, arrogância de quantificar o que é impossível quantificar e ameaça do crescimento dos riscos, ao invés da sua capacidade de saber administrá-los.
O que faz a diferença entre um empreendedor de sucesso e outro que acaba fechando ou se limita a manter seu negócio funcionando, mas sem perspectivas de crescimento? Mais do que a criatividade ou uma boa idéia, são o trabalho árduo, o planejamento sistemático e a inovação características marcantes de um empreendedor de sucesso.

Somente boas ideias não valem nada

“O artista é aquele que copia bem. O gênio é aquele que rouba as idéias” (Pablo Picasso). O que o empreendedor tem de fazer é trabalhar muito em torno da sua idéia de negócio. E para isso deve buscar informação. As pessoas normalmente pensam que é muito difícil conseguir informação. Mas existe informação em quantidade ilimitada. O mais importante é ter a coragem de abrir a boca e perguntar. Todavia, as pessoas têm medo de revelar sua ignorância.
Um mito que este trabalho identificou é que a micro, pequenas e médias empresas precisam de linha de crédito. A linha de crédito tem trucidado mais empresas que ajudado. O que as empresas necessitam é de informação e que haja um ambiente para o desenvolvimento do negócio. Empreendedor é movido a adrenalina. Ainda se pensa que o empreendedor é um indivíduo calculista, frio e que só gosta de ganhar dinheiro. Essa visão não é perfeita. Os empreendedores são pessoas apaixonadas pelo seu produto e com grande necessidade de realização.
Há corrente de pensamento que acredita que um empreendedor não se faz, mas já nasce com esse perfil. E há outras que afirmam que se pode treinar qualquer pessoa para ser empreendedor. Estes investigadores defendem a idéia da montagem de um programa de treinamento com um pé em cada uma dessas escolas e partem do pressuposto de que se pode fortalecer o que já existe, mas não criar. Assim, no modelo por eles proposto, uma pessoa que já tenha as características básicas de um empreendedor, pode ser fortalecida.
As micro, pequenas e médias empresas não estão acostumados a planejar, porque pensam que se deve passar por Harvard para aprender isso. E planejar significa, só colocar em prática uma atividade que também começa com p, que é pensar. Mas pensar é muito difícil para os empreendedores, porque eles são movidos à adrenalina.
As organizações apresentam, em geral, um ciclo de vida que é compreendido pela sua criação e apresentação de um alto crescimento; nestas duas fases temos a presença do espírito empreendedor, em seguida seguem uma etapa onde prevalecem uma burocracia e a luta pela sobrevivência - estas duas últimas fases das vivências de várias experiências preconizadas pela ciência administrativa. As características fundamentais dos empreendedores são: simplicidade, fazer as coisas com obsessão, senso de missão e valores, prioridades. Todo empreendedor é dirigido por uma filosofia pessoal e de negócios.
À medida que as empresas crescem é comum se tornarem vítimas dos mesmos erros que seus administradores censuram em empresas maiores ou mais antigas. Os seis erros mais freqüentes. É preciso evitá-los e eliminá-los sempre que ocorram para não comprometer o futuro da empresa. Os erros são os seguintes: a)gerir por atividade; b) desequilíbrio nas contas; c) especialização; d) uniformidade; e) falta de responsabilidade em todos os níveis; e f) falta de cooperação.
Como o empreendedor pode tirar partido dos fracassos. O fracasso pode ser devastador para o empreendedor. Contudo, a lição que resta e o aprendizado que fica, são uma fonte de referências para novos empreendimentos.
É preciso estudar profundamente as principais áreas da gestão da empresa – finanças, sistema administrativo, distribuição e marketing. Recorrer a consultores externos, quando necessário. Resultado: a empresa tem muito mais chance de sobreviver, mesmo enfrentando condições ambientais adversas.
Para os estudiosos do empreendedorismo, o fracasso é rotineiro, esperado no processo empreendedor, como ele é quase um requisito para o sucesso. Muitos empreendedores chegaram ao sucesso utilizando as lições de erros anteriores. Não existe negócio perfeito, cabe ao seu gestor descobrir o que há de errado, em cada um deles.
Embora a opinião popular diga o contrário, a primeira solução para um problema não é normalmente a melhor, é interessante procurar pelo menos quatro outras alternativas: em 80% dos casos, alguma delas se revelará melhor do que a original. É prudente esperar, estar pronto para o inesperado – com freqüência ele acontece; estar sempre preparado para as eventualidades, atento para o pior.

Grande Concepção + Fraca Execução = Morte do Empreendimento

Um dos principais riscos que o empreendedor corre é a falta de objetividade em relação à idéia: o futuro empreendedor fica como um adolescente apaixonado, disposto a enfrentar tudo e todos para provar que está certo. Porém este não é o único risco. Pode-se listar uma série de outros perigos: a) desconhecimento do mercado em que se pretende atuar. É o caso da padaria ou do posto de gasolina que começa a funcionar num determinado local porque o empreendedor acha que o ponto é bom. Uma simples pesquisa por telefone, com clientes em potencial, pode eliminar, ou pelo menos amenizar, esse problema; b) erros na estimativa das necessidades financeiras - para mais ou para menos; c) subavaliação de problemas técnicos; d) falta de diferenciação dos produtos ou serviços em relação aos concorrentes; e) desconhecimento dos aspectos legais do novo empreendimento; f) escolha equivocada de sócios; e g) localização inadequada para a atividade.

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