sábado, 29 de agosto de 2009

ESCOLHENDO UM NEGÓCIO

Como professor de empreendedorismo estou sendo, constantemente, questionado sobre qual a maior dificuldade de um empreendedor? Invariavelmente, quem pergunta deseja obter uma resposta em uma ou duas palavras. Tal como falta de capital, ou falta de experiência, enquanto eu, por outro lado, gostaria de sentar-me durante horas e explicar todas alternativas.
Uma vez que, em geral, não posso fazer isso, vou tentar colocar aqui os obstáculos mais comuns que surgem nos negócios. Para um melhor detalhamento, sugiro a leitura e a consulta de publicações especializadas.
O empreendedor que optar por negócio incompatível com sua formação e seus interesses, provavelmente terá dificuldades no desenvolvimento de seu projeto.
É importante que ao estabelecer um empreendimento, seja levado em consideração a satisfação pessoal. Uma escolha errada pode implicar na perda de todo seu capital investido, bem como o trauma do fracasso.
A decisão de abrir um negócio, tomada num momento de desespero – desempregado ou no risco de tornar-se um – em um ambiente desconhecido, é passagem garantida para o fracasso. Muitos empreendedores são vítimas disso. Tomam decisões relativas ao empreendimento de forma impulsiva. A perda de um emprego quase sempre pode ser o pior cenário para a abertura de um negócio. O potencial empreendedor acabou de passar por uma experiência psicologicamente estressante e não se encontra preparado para tomar de maneira objetiva as difíceis e necessárias decisões.
O candidato a empreendedor que se agarra na primeira oportunidade de negócio que aparece à sua frente corre um sério risco de não ter sucesso no seu empreendimento. É preciso investir um pouco de seu precioso tempo para analisar cuidadosamente quais são suas reais aptidões e escolher uma atividade que seja compatível com seu potencial empreendedor.
Não ter a preocupação de criar uma oportunidade de negócio na medida de suas necessidades e desejos pode significar a perda de tempo e recursos. É preciso estar aberto para conselhos e sugestões dos amigos, familiares e de especialistas em negócios com o objetivo de perceber seus pontos fortes e suas limitações.
Os empreendedores precisam entender que precisam de um grupo de apoio com o qual possam trocar idéias. Se não tiver apoio, particularmente da família, pode ser fatal. Ter um negócio é realmente algo tão absorvente, que o suporte familiar ao empreendedor é extremamente importante.
Muitos indivíduos criam empresas e algum tempo depois descobre que aquilo que almejava era totalmente diferente do que podia obter no papel de empreendedor. Ou seja, aprende da maneira mais dura a respeito de quais são os requisitos necessários à escolha de um ramo de negócio.
O ponto de partida para encontrar um negócio compatível com suas verdadeiras aspirações está na realização de auto-análise; isto exige que olhemos para o passado, ao tomar decisões relativas ao futuro, objetivando encontrar o ambiente ideal no qual o empreendedor se bem e principalmente realizado.
Se o indivíduo está procurando uma ocupação de período integral como proprietário de um micro empreendimento, provavelmente gastará, pelo menos no início, 50, 60 ou 70 horas por semana nessa empreitada. Ela se tornará parte do empreendedor, se a escolha for certa, será gratificante e emocionante. Caso contrário, irá arrepender-se de ter iniciado o negócio.

domingo, 23 de agosto de 2009

DECÁLOGO PARA ACERTAR NA ESCOLHA DE UM SÓCIO

Objetivos: Analisar se os objetivos dos sócios são os mesmos - qual o grau de ambição de cada um e que dimensão aspiram para o negócio. Definir os planos de crescimento e objetivos da empresa.
Atribuições: Estabeleça o organograma da empresa, as responsabilidades de cada sócio e quais seus direitos e deveres. Dividir as tarefas antes de montar a empresa - defina o campo de atuação de cada sócio; escolha os colaboradores em conjunto, principalmente quando se trata do contabilista.
Capital: A participação de capital de cada sócio deve ser igual - caso contrário, as cotas devem bem definidas.
Projeto de vida: definir com antecedência a retirada “pró-labore”, a distribuição dos lucros e quanto será reinvestido na própria empresa (durante quanto tempo); caso um dos sócios entre apenas com o capital, esse item se torna mais importante ainda.
•Escala de trabalho: Determine o horário de trabalho de cada sócio - estabeleça quem trabalha em feriados e quando cada um tira férias.
Autonomia: Estabeleça o grau de autonomia de cada sócio - até que ponto um dos envolvidos pode tomar uma decisão sozinho.
Família: Defina de antemão se mulher/marido, filhos e outros parentes poderão trabalhar na empresa como funcionários - quantos por parte de cada sócio.
Desistência: Defina o que acontece com a sociedade quando um dos sócios morrer ou não puder mais trabalhar. Deixe bem claro se outro sócio tem preferência na compra das acções, no caso de um dos participantes deixar a sociedade.
Sucessão: Determine o esquema de sucessão da empresa. Determine se os herdeiros podem assumir a empresa ou se ficam obrigados a vender a sua parte para os outros sócios, caso um deles morra.
Contrato: Faça constar esses e outros pontos que julgue possa gerar atritos futuros em um contrato assinado por todos os sócios. Elabore um contrato escrito que contenha tudo o que foi verbalmente acordado entre as partes.

sábado, 15 de agosto de 2009

O que é empreendedorismo? (parte II)

Fixar-se mais profundamente na condição dos muitos brasileiros e brasileiras, iremos perceber como é grande o número de pessoas que possuem as características marcantes do perfil de empreendedor (a). E não precisamos ir muito longe. É só dar uma olhada ao nosso redor e vamos encontrar alguém que anda "a ganhar a vida" a investir no que dá prazer e a aliar esta atividade a uma necessidade do público alvo, sem nenhum vínculo com alguma organização pública ou privada e, principalmente, a modificar as regras do mercado.

O importante agora é perceber que vivemos em uma nação onde há muito mais que violência, cerveja e carnaval. Aliás, esses temas estão a ser objeto de iniciativas, idéias e ações empreendedoras.

Falar do fenômeno do empreendedorismo requer um entendimento e uma análise da sua força motriz. Dessa forma destacamos dois elementos que são pilares na construção dessa nova modalidade de trabalho: a inovação, a partir do desenvolvimento tecnológico, e o processo de globalização a promover o fim do emprego.

A rigidez da legislação trabalhista brasileira também vem contribuir com grande força na promoção do empreendedorismo, por não possibilitar a flexibilidade nas contratações. No Brasil, apenas um único modelo impera: "(...) aquele onde o trabalhador é obrigado a trabalhar oito horas diárias, com um mês de férias, 13º salário, indenização por demissão e todo o resto". Em todo país com legislação trabalhista rígida há mais desemprego.

Reconhecer (-se) empreendedor, reconhecer (-se) empreendedora... Mas, afinal, o que significa ser empreendedor? Quais são as características, ou melhor, como reconhecer (-se) um empreendedor, uma empreendedora?

Há uma importante observação de Peter F. Drucker sobre o que difere um empreendedor de uma pessoa qualquer: o que é um empreendedor/criador de empresas? Drucker alerta que este título não pode ser aplicado a todo audacioso que inicia um pequeno negócio. Os empreendedores são pessoas que estão simultaneamente a criar novos tipos de negócios e aplicar novos e insólitos conceitos administrativos.

"Empreendedores são um dos ativos mais importantes de qualquer economia. Difícil é ser um deles. Empreendedores são ágeis, persistentes e, geralmente, trabalham com um tipo de capital intangível: boas idéias. Empreendedorismo (espírito empreendedor), terra, trabalho e capital são os quatro pilares de uma sociedade fundamentada na livre iniciativa. (...)"

Os empreendedores estão comprometidos num processo onde o economista Joseph Schumpeter descreveu como "destruição criativa", ou seja, "romper com velhos hábitos, para gerar respostas novas às carências e desejos do mercado". Eles (os empreendedores) forçam situações, com o objetivo de mudar as coisas para melhor. São construtores compulsórios: quando começam, não param mais.

É importante esclarecer que a ação do empreendedor não está determinada a um eixo único, ou seja, qualquer pessoa, empregada ou não, pode ser empreendedora. O empreendedorismo está para a relação subjetiva do ser humano, o que existe antes de uma ação empreendedora é o espírito empreendedor.

O que faz a diferença entre um empreendedor de sucesso e outro que acaba de fechar o seu negócio ou se limita a mantê-lo a funcionar, mas sem perspectivas de crescimento? Mais do que a criatividade ou uma boa idéia, são o trabalho árduo, o planejamento sistemático e a inovação, características marcantes de um empreendedor de sucesso.

Somente boas idéias não valem nada. "O artista é aquele que copia bem. O gênio é aquele que rouba as idéias" (Pablo Picasso).

O que o empreendedor tem de fazer é trabalhar muito em torno da sua idéia de negócio. E para isso deve buscar informação. As pessoas normalmente pensam que é muito difícil conseguir informação. Mas existe informação em quantidade ilimitada. O mais importante é ter a coragem de abrir a boca e perguntar. Todavia, as pessoas têm medo de revelar sua limitação.

sábado, 8 de agosto de 2009

O que é empreendedorismo? (parte I)

O número de indivíduos que deseja criar o seu próprio negócio cresce dia-a-dia. O fenômeno do empreendedorismo vem se alastrar pelos quatro cantos do mundo, em ritmo cada vez mais alucinante. O candidato a empreendedor tem que vencer uma verdadeira corrida de obstáculos para poder concretizar o sonho de ser dono de seu próprio negócio.

Podemos perceber claramente a presença dos “5Ps” do empreendedorismo - paixão, perseverança, paciência, prudência e prática no comportamento dos empreendedores de sucesso.

Esperamos que a leitura deste artigo, ao mesmo tempo em que discorre sobre empreendedorismo, desperte no leitor a força do espírito empreendedor como opção de vida. O empreendedorismo - que é igual a espírito empreendedor + liberdade de ação + oportunidade - será a alternativa profissional para muitos indivíduos no século XXI. Vivemos a Era do poder da informação, dos negócios on-line, da força das idéias audaciosas... e da sorte. As idéias são “a nova moeda” do mundo empresarial.

Quem tem uma idéia, um sonho, depara-se com duas opções: ou faz o que é necessário para colocá-lo em prática ou arranja muitas desculpas para não o fazer. A segunda opção é a única alternativa que pode fazer a pessoa se arrepender para o resto da vida. O empreendedor, criador de empresas, sabe que "tentar e falhar é, no mínimo, aprender. Não chegar a tentar é sofrer a perda incalculável do que poderia ter conseguido”.

Discorrer sobre o empreendedorismo no Brasil solicita uma visita por toda a história política, econômica e social do País. Fazer uma ponte com as revoluções econômicas e sociais do mundo também é necessário. Mas, principalmente, é preciso olhar atentamente para o homem e para a mulher, o empreendedor e a empreendedora. Para as mudanças, a emancipação, o desenvolvimento e as transformações porque eles (as) passam.

Falar de empreendedorismo é falar do ser humano e, por conseguinte, da capacidade nata que ele tem de se moldar, suplantar e transcender aos limites impostos a ele. É encontrar uma saída, e, diga-se de passagem, uma boa saída, para os momentos de crise. É falar de conhecimento, inovação, sabedoria, visão, ousadia, coragem. É falar de ética, de novas possibilidades e caminhos por desvendar. Criação e experiência de novos saberes, desejos. É, acima de tudo, falar de futuro. É falar de escolhas, da possibilidade de se escolher que futuro se quer e que começa a ser planejado no hoje, no agora.

Não me deixa pessimista, mas cansado, ver como os homens públicos abusam de nossa paciência em ver mediocridades, em ouvir mentiras, em ver repetições. Só num país em que o marketing chegou ao cúmulo do abuso se consegue entregar ambulâncias velhas - Primeiro Emprego - para empregar 250 mil pessoas e empregam-se 500. Vivemos num país em que os processos não valem mais, valem apenas os eventos, o que parece ser. Em vez de criar um Programa Primeiro Emprego, por que não valorizar o empreendedorismo que já está aí? É isso que peço as autoridades: por favor, não inventem nada de novo. Dêem força ao que está aí. Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa!

Este texto é uma reflexão acerca do empreendedor(a) do século XXI, seu surgimento, a relação emprego x trabalho e, finalmente, a materialização de uma visão, e por que não do sonho, em uma oportunidade de negócio.

sábado, 1 de agosto de 2009

Inovação Instrumento do Empreendedorismo

Inovar é um fenômeno sutil e complexo. Em análise contínua ela é espontânea ou provocada? Como chega aos mercados de produtos e serviços? Como se converte em uma força criadora de valor econômico? Um dos primeiros economistas do século 20 a estudar a inovação foi Joseph Schumpeter, para quem as inovações e as mudanças tecnológicas são produtos do empreendedorismo.
A inovação floresce em ambiente nos quais o empreendedor dissemina entre os seus colaboradores a reconhecer o poder das equipes pequenas, esquecer a presença de hierarquias e os títulos, adotar uma visão de longo prazo, ache tempo para a comunicação pessoal, ser um líder na prática (capacidade de iniciativa) e celebrar o fracasso.
Ao lado das dificuldades iniciais enfrentadas por qualquer pessoa que decide explorar a oportunidade de um negócio próprio, há desafios que são fonte permanente de preocupações para as novas empresas. Peter Drucler nos ensina que se funciona está obsoleto. O empreendedor está sempre buscando a inovação para evitar a obsolescência de seu próprio produto/serviço. "Se a mudança está ocorrendo fora da empresa mais rápido do que dentro dela, o fim está próximo".
Na economia baseada no conhecimento, a nova moeda é o aprendizado. Se a empreendedora quer montar uma empresa que possa sobreviver à sua primeira boa idéia tem que criar uma cultura que valorize o aprendizado. Manter a sede de conhecimento e (des)aprender continuamente
Na sociedade empreendedora temos plena consciência de que:
a) nascidos para empreender: todos os seres humanos nascem com uma vontade inata para o empreendedorismo, um enorme desejo e curiosidade e uma capacidade de empreender toda a vida. O empreendedorismo deve ser cultivado por todos os conjuntos de pessoas. O problema é o desajustamento entre aquilo que em que uma pessoa gostaria de empreender e o que o mercado deseja;
b) empreender é ato social: a melhor forma de empreendedorismo é que implica interação constante entre o empreendedor e o seu público-alvo. Empreender é um eminentemente um ato de socialização, criação de riquezas e sua distribuição democrática, não é uma postura individualista, mais uma ação coletiva. Uma estratégia relacional é fundamental;
c) criar comunidades de empreendedores: a eficácia no empreendedorismo na criação de riquezas passa pelo agrupamento de empreendedores em comunidades de empreendedores;
d) Alinhamento ecológico: para um empreendedorismo eficaz é fundamental que os empreendedores estejam em harmonia nos seus valores e métodos, com a natureza humana e com a própria natureza. É fundamental procurar um alinhamento que diríamos ecológico;
e) três competências centrais são requeridas: os empreendedores que querem empreender continuamente devem desenvolver competências individuais e coletivas em três vetores: na capacidade de compreender a complexidade, a interdependência e a mudança: na facilidade em gerar reflexão e conversão estratégica e no cultivo de aspirações pessoais e compartilhadas;
f) colaboração cruzada: os empreendedores que consigam “cruzar” os sinais emitidos pelo mercado ganham uma inegável vantagem. Uma vez mais o segredo está na estratégia de relacionamento.
g) o processo de empreender é uma atitude ideológica e não um “slogan” para usar em brochuras de imagem institucional ou uma vez por ano em reuniões de balanço, como é mais educado dizer-se”.
h) o que é decisivo é manter um fluxo constante de idéias empreendedoras entrando e saindo da organização, é ilusório “armazenar” idéias, como se fosse estoque de mercadoria;
i) é preciso modificar na hora o comportamento e o próprio desenho dos processos empreendedores em função das lições da realidade, a autocrítica não é autoflagelação, mas uma ferramenta de competitividade; e
j) é fundamental identificar os bloqueios pessoais e coletivos ao empreenderismo e ter coragem de os remover com uma estratégia limpa determinada e transparente.
É certo que os empreendedores, embora não sendo os únicos, são os inovadores mais bem-sucedidos e raras vezes planejam como fazer. Simplesmente inovam. Tornam obsoletas tecnologias e modelos de negócios. O empreendedorismo envolve a criação de valores, o ato de iniciar ou desenvolver um empreendimento, que vise lucro ou não, o processo de fornecer um produto ou serviço, e a intenção de gerar riquezas, através de uma organização ou via iniciativa individual.
Podemos destacar as características comuns que encontramos nos grandes empreendedores que são: a) ter uma visão clara do negócio e permitir-se sonhar com ela; assumir um papel de protagonista; ter uma atitude de continuo aprendizagem; b) desenvolver a auto-estima para obter maior firmeza nas decisões; enamorar-se de seu projeto com um compromisso incondicional; c) aprender a trabalhar em equipe; e d) assumir riscos para alcançar a independência e, sobretudo, divertir-se no processo dos próprios acertos e erros.
O desejo de ser empreendedor é o ponto de partida para desencadear o processo de mudança no comportamento do indivíduo que acredite que o empreendedorismo seja uma opção de vida. Esse desejo é conseqüência de estímulos pessoais, sociais e culturais.
As principais barreiras encontradas no percurso do candidato a empreendedor são:
a) onde encontrar a oportunidade de negócio; b) carência de conhecimento da área de negócio escolhida; c) falta de formação empreendedora e gerencial; d) dificuldades de obter financiamento; e e) inexperiência em lidar com a componente risco.
Consultar -
O Fenômeno do Empreendedorismo Criando Riquezas
Empreendedorismo, Inovação, Incubação de Empresas e a Lei de Inovação